Espanhol se diz feliz por bater ganhador de 20 de 21 jogos pré-Roland Garros

Número um do Brasil agora tenta somar pontos para obter vaga na Olimpíada, algo que achava improvável no começo da temporada

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Número um do Brasil, Thomaz Bellucci não conseguiu impor a primeira derrota ao espanhol Rafael Nadal em Roland Garros, mas foi elogiado pelo rei do saibro após o jogo.
"[Bellucci] é um jogador com grande potencial. Ele pode estar entre os melhores do mundo. Tem um saque muito bom, forehand muito bom e back- hand muito bom, o que é importante", falou Nadal. "Talvez tenha que aprimorar um pouco a movimentação e o posicionamento, mas tem potencial para ser um grande jogador."
O espanhol também demonstrou ontem estar informado sobre o desempenho recente do brasileiro -20 vitórias nas 21 partidas anteriores a Roland Garros. "Então estou feliz porque derrotei um adversário difícil, não?", declarou.
Em sua estréia em Grand Slams, Bellucci, 20, viu o espanhol marcar 7/5, 6/3 e 6/1.
O jogo, que teve início na terça-feira e foi interrompido pela chuva quando marcava 1 game a 1, recomeçou equilibrado, mas com o passar do tempo o tricampeão de Roland Garros conseguiu impor seu ritmo.
"Cometi uns erros normais, mas é por isso que o Nadal é o segundo do mundo, e eu, o 76", disse Bellucci, para quem jogar na quadra central contra o espanhol foi uma experiência magnífica. "Ele não te dá pontos de graça. Você não pode vacilar", afirmou o brasileiro, que não comentou as declarações de Nadal por ter concedido entrevista antes do adversário. "É bom pegar os caras top para ver que dá para jogar com eles."
Em busca de uma vaga nos Jogos de Pequim, algo impensável no início da temporada, ele fez uma projeção de ranking para entrar na chave olímpica.
"Acho que deve ficar entre 75 e 80 [o último classificado]", afirmou Bellucci, que jogou com algumas palavras de motivação escritas por seu técnico, Léo Azevedo, em sua raquete, mas sem revelar quais eram.
O brasileiro, questionado por um jornalista italiano se tinha parentesco com a atriz Monica Belluci -respondeu rindo que não-, disputa na próxima semana o Challenger de Prostejov. "Vou para Prostejov para tentar somar uns pontinhos a mais. Por enquanto, acho que estou mais ou menos na linha do corte", disse ele, que nesta temporada ganhou quatro torneios do mesmo porte.
Os classificados para a Olimpíada serão definidos com base no ranking de 9 de junho, após Roland Garros. São 56 tenistas que entram de acordo com a lista, mas há o limite de quatro tenistas por país -a França, por exemplo, tem oito representantes entre os 56 primeiros. Com as desistências, o ranking dos classificados sempre sobe.


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