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Derrotas racham São Paulo e deixam Muricy na parede
Revés para o Cruzeiro expõe descontentamento no elenco e complica reação da equipe no Brasileiro e na Libertadores
Borges coloca técnico sob
pressão ao questionar a sua
posição na equipe titular, e
presidente admite falar com
atacante sobre insatisfação
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo precisa só de
uma vitória por 1 a 0 contra o
Cruzeiro na partida de volta
das quartas de final da Libertadores, em seus domínios, para
chegar à semifinal do torneio.
Mas o revés diante do adversário mineiro, anteontem, provocou estragos no Morumbi.
O desembarque da equipe
ontem, em Congonhas, evidenciou os problemas no grupo.
Entre eles, o descontentamento de Borges com Muricy Ramalho, a tensão no elenco pela
sequência de maus resultados e
a espécie de ultimato do presidente, Juvenal Juvêncio, para
quem o time precisa reagir logo
no Campeonato Brasileiro.
Cercados pelos jornalistas,
Borges voltou a acuar Muricy.
"Não tenho que repensar nada.
Fui artilheiro do time nas duas
últimas temporadas. Sou artilheiro da equipe na Libertadores, com cinco gols em cinco jogos. Agora, não adianta nada falar que você é artilheiro, que é
decisivo e tirar. Mas quem tem
que explicar isso [a barração
contra o Cruzeiro] não sou eu",
que só entrou contra o Cruzeiro no segundo tempo do jogo.
Juvenal comentou a situação. "Não ouvi a entrevista dele
[Borges], mas sei que ele falou
[com a imprensa]. É um assunto bem espinhoso. Nós vamos
conversar", afirmou.
O presidente disse ainda que
o time não vem bem, mas descartou corpo mole no grupo.
"No primeiro tempo no Mineirão, é só ver o número de
chutes perigosos que o Cruzeiro deu e o que nós tentamos."
O meia Jorge Wagner admitiu que o grupo está pressionado pela sequência de resultados
ruins (dos últimos oito jogos,
perdeu cinco, empatou dois e
venceu somente um deles).
"A fase atual está difícil, pois
não estamos habituados a viver
uma situação dessas [de derrotas]. O São Paulo se acostumou
a vencer. Mas o que não podemos fazer é entrar no desespero", declarou o jogador.
Outro ponto nervoso é o relacionamento desgastado que o
técnico Muricy Ramalho tem
com parte da diretoria. Bancado exclusivamente por Juvenal
Juvêncio, o comandante ouviu
até mesmo o mandatário são-
-paulino reclamar do desempenho da equipe nesta temporada
em entrevista concedida no CT
da Barra Funda na última terça-feira, antes da derrota para o
Cruzeiro no Mineirão.
"O São Paulo ainda não me
agradou em 2009. Tem um
elenco forte e competitivo,
mostrou eficácia no clássico
contra o Palmeiras [no último
domingo]. E espero que essa
eficiência se acentue", comentou, então, o dirigente.
Outra contestação no clube é
a performance dos reforços pedidos por Muricy. Dos três jogadores que vieram do Fluminense, só Washington é titular.
E, mesmo assim, tem sido inconstante. Arouca e Júnior César são apenas opções. Outra
cara nova (Wagner Diniz, ex-Vasco) chegou a ser oferecida
como moeda na negociação
com o santista Fabiano Eller,
que não se concretizou.
Até o jogo de volta contra o
Cruzeiro, o São Paulo fará três
confrontos no Brasileiro-de
novo com o Cruzeiro, no domingo, Avaí, no dia 6 de junho,
e Santo André, no dia 13. Os jogos fazem parte do plano de
reabilitação que a equipe pretende executar a fim de acabar
com a pressão que tomou conta
do Morumbi após os fiascos.
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