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Amistoso desagrada a governo andorrano
MÁRIO MAGALHÃES
enviado especial a Ozoir-la-Ferrière
Nem o governo de Andorra quer
o amistoso entre a seleção de seu
país e a seleção brasileira marcado
para o dia 3, em Paris, no último
teste da equipe do técnico Zagallo
antes da estréia na Copa do Mundo (no dia 10, contra a Escócia).
Depois da surpresa provocada
com o anúncio da partida pelo supervisor da seleção brasileira,
Américo Faria, chegou a vez de o
Ministério dos Esportes de Andorra se manifestar.
O diretor de Esportes andorrano, Claudi Benet, disse ontem sentir "incerteza e inquietude" pelos
efeitos que uma eventual goleada
brasileira possa provocar na imagem do principado, localizado entre a Espanha e a França.
"Andorra não tem o nível do
Brasil ou de qualquer equipe de
primeira categoria", disse Benet.
Ele teme que um fiasco no amistoso derrube a "boa imagem"
obtida pelo principado com a organização de eventos de ciclismo,
como etapas da Volta da França e
da Semana Catalã de Ciclismo.
Por motivos diferentes, o jogo a
se realizar no estádio Red Star
conseguiu repúdio em Andorra e
no Brasil.
No principado, o Brasil foi considerado um adversário muito forte. O técnico Zagallo, por seu lado,
chegou a se irritar com a insistência de perguntas sobre o sentido
de um amistoso contra um oponente tão frágil.
A seleção de Andorra é a 185ª colocada no ranking da Fifa, tem
apenas um jogador profissional e
o seu treinador é um brasileiro. O
Brasil é o primeiro do ranking.
A partida foi marcada pelas federações nacionais. A Federação Andorrana de Futebol tem ótimas relações com a CBF (Confederação
Brasileira de Futebol).
"Esse jogo é muito arriscado",
disse Claudi Benet, cujo cargo
equivale ao de ministro. Ele afirmou, porém, que a federação é soberana para definir amistosos.
Para ele, o país deveria competir
com adversários fortes só em esportes nos quais não corre o risco
de ser humilhado, como o esqui.
O amistoso de domingo, contra
o Athletic Bilbao, no país Basco,
também foi considerado polêmico
na seleção brasileira. O meia Dunga e o atacante Bebeto, por exemplo, são contrários a amistosos
contra clubes.
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