São Paulo, sexta, 29 de maio de 1998

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FUTEBOL
Condutores de bondes elétricos de Nantes, cidade que abriga o confronto contra o Marrocos, ameaçam parar
Greve ameaça torcida no 2º jogo do Brasil

e das agências internacionais

A onda de ameaças de greves no setor de transportes às vésperas da Copa pode atrapalhar a vida dos torcedores que vão acompanhar a partida entre Brasil e Marrocos, no dia 16 de junho, em Nantes.
Os condutores de bondes elétricos da cidade ameaçam iniciar uma paralisação a partir de 13 de junho, dia em que ocorrerá o primeiro jogo da competição na cidade (Espanha x Nigéria).
Os sindicalistas do setor ligados à CGT (uma das principais centrais sindicais francesas) pedem uma remuneração extra concernente ao aumento de trabalho que será ocasionado pela Copa do Mundo (estimado em 70 viagens extras por dia de jogo).
Na semana passada, a Semitan, empresa de transportes públicos de Nantes, havia assinado um acordo nesse sentido com a CFDT, outra entidade sindical. A CFDT é menos radical do que a CGT, que considerou o acordo insuficiente.
Os bondes elétricos constituem um dos principais transportes de Nantes. Em 97, o sistema municipal foi reformado para a Copa.
Ao todo, seis encontros estão programados para o estádio de Beaujoire, em Nantes. O acesso ao estádio deverá ocorrer basicamente via bondes elétricos.
Outra categoria profissional que está debatendo se entra ou não em greve durante a Copa é a dos condutores de trens intermunicipais.

Aviação
Com maior impacto sobre a atividade global da Copa, pode ser a greve dos pilotos da Air France, a empresa de transporte aéreo oficial da Copa, que vai transportar todas as delegações, patrocinadores e dirigentes.
O governo francês divulgou ontem que pode ceder a exigências feitas pelos pilotos, mas o sindicato da categoria manteve a previsão do começo de uma greve na próxima segunda-feira, dia 1º.
A greve tem uma duração prevista de 15 dias, com a possibilidade de esse período ser renovado. Impõe riscos, portanto para os transportes durante a Copa.
A Air France, porém, divulgou que possui um esquema de emergência para o transporte das equipes, patrocinadores e dirigentes no caso de uma greve, sem entrar em detalhes.
Os pilotos protestam contra os planos da empresa, que é estatal, de reduzir os gastos com salários para aumentar a sua competitividade. Ontem, o ministro dos Transportes, Jean-Claude Gayssot, anunciou que pode ser discutida a não-implantação, com esse fim, de uma escala dupla de salários, anunciada anteriormente e combatida pelos pilotos.
Mas a notícia não implicou a desmobilização da categoria. O SNPL, principal sindicato de pilotos da Air France, anunciou ontem que vai manter a paralisação para a partir de segunda-feira.
Como resultado, a Air France já anunciou, ontem, que vai anular de 75% a 90% de seus vôos de segunda a quinta da próxima semana. (RODRIGO AMARAL)


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