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BRASIL
Jogador se diverte com brincadeiras sobre seu mal-estar
Crise de Ronaldo em 98 vira motivo de piada
DOS ENVIADOS A YOKOHAMA
Pesadelo em 1998, a crise nervosa que acometeu o atacante Ronaldo antes da final da Copa da
França transformou-se em alvo
de brincadeiras às vésperas da decisão de 2002, contra a Alemanha.
Para os jogadores da "família
Scolari", o drama de Ronaldo, que
foi parar em um hospital francês
momentos antes da final do último Mundial, já faz parte de um
passado muito distante.
"Ele já superou tudo aquilo que
aconteceu de ruim em sua carreira. Está tranquilo e em ótima fase.
Nós até ficamos fazendo brincadeiras sobre quem vai dormir
com ele na noite anterior ao jogo,
quem vai tomar conta dele", disse
o lateral-direito reserva Belletti.
Na tarde que antecedeu ao jogo
final de 1998, Ronaldo, segundo
relatos de jogadores, teve uma
"convulsão" em seu quarto e foi
levado às pressas para um hospital nos arredores de Paris, onde
passou por exames que, segundo
a CBF, nada constataram.
Na ocasião, o companheiro de
quarto de Ronaldo era Roberto
Carlos. Ele afirma ter socorrido o
atacante e buscado auxílio da comissão técnica imediatamente.
A crise não foi suficiente para tirar Ronaldo da final, vencida pela
França, mas comprometeu o desempenho na partida da maior estrela do time, que iniciou uma série de reveses em sua carreira.
Na última quarta-feira, logo
após ter marcado o gol que classificou o Brasil à final, Ronaldo disse que "o pesadelo acabou".
"Nunca mais quero passar por
uma experiência como aquela. Se
neste ano tivéssemos que dividir
quartos novamente, eu não ficaria
com ele", afirmou, em tom de
brincadeira, Roberto Carlos.
Antes, no entanto, o jogador do
Real Madrid e um dos principais
nomes da seleção se irritou ao saber que Belletti havia contado aos
jornalistas as brincadeiras do grupo com Ronaldo. "Só o Belletti
para dizer isso mesmo."
Apesar de ser a principal estrela
da seleção, Ronaldo se relaciona
bem com todos os jogadores do
grupo, inclusive com o "calouro"
da equipe, o meia-atacante Kaká.
"O Ronaldo está em uma fase
muito boa, no melhor de sua forma", disse o jogador do São Paulo, que vive neste Mundial a mesma situação do astro em 1994,
quando disputou a Copa dos EUA
na condição de novato.
Segundo Belletti, Ronaldo não
se irrita com as brincadeiras e até
dá boas gargalhadas, num sinal de
que não ficou traumatizado.
Roberto Carlos acredita que o
fato de os atletas transformarem o
episódio em alvo de piadas prova
que o "pesadelo" acabou.
"Quando penso naquele Mundial tudo parece tão longe... É passado, ficou para trás. Acho que eu
nem me lembro de 1988", declarou o lateral.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG,
PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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