São Paulo, sábado, 29 de junho de 2002

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BRASIL

Jogador se diverte com brincadeiras sobre seu mal-estar

Crise de Ronaldo em 98 vira motivo de piada

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Pesadelo em 1998, a crise nervosa que acometeu o atacante Ronaldo antes da final da Copa da França transformou-se em alvo de brincadeiras às vésperas da decisão de 2002, contra a Alemanha.
Para os jogadores da "família Scolari", o drama de Ronaldo, que foi parar em um hospital francês momentos antes da final do último Mundial, já faz parte de um passado muito distante.
"Ele já superou tudo aquilo que aconteceu de ruim em sua carreira. Está tranquilo e em ótima fase. Nós até ficamos fazendo brincadeiras sobre quem vai dormir com ele na noite anterior ao jogo, quem vai tomar conta dele", disse o lateral-direito reserva Belletti.
Na tarde que antecedeu ao jogo final de 1998, Ronaldo, segundo relatos de jogadores, teve uma "convulsão" em seu quarto e foi levado às pressas para um hospital nos arredores de Paris, onde passou por exames que, segundo a CBF, nada constataram.
Na ocasião, o companheiro de quarto de Ronaldo era Roberto Carlos. Ele afirma ter socorrido o atacante e buscado auxílio da comissão técnica imediatamente.
A crise não foi suficiente para tirar Ronaldo da final, vencida pela França, mas comprometeu o desempenho na partida da maior estrela do time, que iniciou uma série de reveses em sua carreira.
Na última quarta-feira, logo após ter marcado o gol que classificou o Brasil à final, Ronaldo disse que "o pesadelo acabou".
"Nunca mais quero passar por uma experiência como aquela. Se neste ano tivéssemos que dividir quartos novamente, eu não ficaria com ele", afirmou, em tom de brincadeira, Roberto Carlos.
Antes, no entanto, o jogador do Real Madrid e um dos principais nomes da seleção se irritou ao saber que Belletti havia contado aos jornalistas as brincadeiras do grupo com Ronaldo. "Só o Belletti para dizer isso mesmo."
Apesar de ser a principal estrela da seleção, Ronaldo se relaciona bem com todos os jogadores do grupo, inclusive com o "calouro" da equipe, o meia-atacante Kaká.
"O Ronaldo está em uma fase muito boa, no melhor de sua forma", disse o jogador do São Paulo, que vive neste Mundial a mesma situação do astro em 1994, quando disputou a Copa dos EUA na condição de novato.
Segundo Belletti, Ronaldo não se irrita com as brincadeiras e até dá boas gargalhadas, num sinal de que não ficou traumatizado.
Roberto Carlos acredita que o fato de os atletas transformarem o episódio em alvo de piadas prova que o "pesadelo" acabou.
"Quando penso naquele Mundial tudo parece tão longe... É passado, ficou para trás. Acho que eu nem me lembro de 1988", declarou o lateral. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)



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