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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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França celebra os negros na final

DO ENVIADO A PARIS

No ano em que mais investe em campanhas contra o racismo, o futebol mundial tem um evento que vai celebrar como nunca a força do negro na modalidade.
Hoje, às 16h, no Stade de France, na final da Copa das Confederações-2003, França e Camarões fazem a final com mais negros em campo na história dos campeonatos adultos organizados pela Fifa atualmente. A Turquia bateu a Colômbia por 2 a1, ontem, e ficou com o terceiro lugar no torneio.
Dependendo da escalação dos anfitriões, nada menos do que 18 negros (11 da equipe africana e sete da européia) devem começar o duelo de hoje, número impensável no início do século passado e raro até nos últimos anos. Na decisão da Copa-98, por exemplo, só dez jogadores negros iniciaram o jogo entre França e Brasil.
Uma final tão negra acontece no torneio em que a Fifa tentou de tudo para colocar a questão do racismo em evidência: na primeira fase, fez os times mostrarem faixas sobre o tema, problema crônico nos estádios europeus. E, em duas jornadas do certame, propôs o assunto como prioridade nas entrevistas de atletas e técnicos.
Mas não é só pela cor da pele que a decisão entre França e Camarões vem carregada de simbolismos. Não bastasse o trauma da morte no gramado do volante camaronês Foe -que merecerá homenagens-, o confronto será o primeiro em um torneio adulto da Fifa em que irão duelar dois países que mantiveram relação de metrópole e colônia no passado.
A questão da língua é outro ponto importante. Na história das competições da Fifa envolvendo seleções principais, esta é apenas a segunda oportunidade em que um título será decidido entre duas nações que falam a mesma língua. A outra foi na Copa de 1930, quando o Uruguai bateu a Argentina no torneio que abrigou.
Na decisão de hoje, a França conta com o retrospecto no Stade de France, e Camarões com uma defesa que ameaça fazer história.
Desde que inauguraram seu principal campo, os europeus conheceram glórias inéditas, como a conquista da Copa-98 e a liderança do ranking da Fifa. Para isso, contaram com um aproveitamento fantástico no estádio que abriga a decisão de hoje -ganharam 78% dos pontos disputados no Stade de France em jogos oficiais.
Já os africanos apostam na sua forte marcação. Em quatro jogos, o time do técnico alemão Winnie Schaeffer não sofreu gols.
Até hoje, em 17 Copas do Mundo e seis Copas das Confederações, nunca uma equipe campeã em um torneio adulto da Fifa terminou sua participação sem ser vazada ao menos uma vez. (PC)


NA TV - Sportv e Rede Vida, ao vivo, às 16h


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