São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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Atacantes culpam pontaria, contusões e vaia

DA REPORTAGEM LOCAL

Neste Brasileiro, os atacantes não transformam em gols a liberdade dada pelos marcadores, que é a maior dos últimos anos.
A edição de 2004 tem média de 2,66 gols por jogo. A última vez que as redes balançaram tão pouco foi em 1995 (2,52 por partida), de acordo com o Datafolha.
O jogo, porém, corre mais solto. Também desde 1995 o Nacional não registra um número tão pequeno de faltas: média de 24,6.
O número de desarmes (126,8) é o segundo mais baixo desde 1994.
As justificativas dos atacantes para a escassez de gols são muitas. Adversários retrancados, obrigatoriedade de marcar e problemas físicos são as mais comuns.
"Joguei muito tempo com dores por causa de uma contusão mal curada", diz o atacante Gil, que ficou sete meses sem marcar.
O atacante do Goiás Alex Dias, artilheiro do campeonato, com nove gols, ao lado de Edílson, do Vitória, tem uma explicação mais simples: a falta de pontaria.
"Era para eu ter 16 gols no Brasileiro se tivesse aproveitado as oportunidades. Isso só contando as chances com o gol vazio. Só contra o Botafogo era para ter feito sete", afirmou o goleador.
Dorival Júnior, técnico do Figueirense, líder do Nacional, põe a culpa na maneira como os times costumam atuar fora de casa.
"Poderíamos ter feito mais gols se as equipes que viessem aqui não jogassem só para empatar", declarou o treinador.
Pressão da torcida, principalmente a de seus próprios clubes, também entra na lista de explicações dos atacantes para as chances desperdiçadas por eles.
Esse é o caso de Luis Fabiano, que foi hostilizado pelos torcedores do São Paulo na derrota para o Palmeiras, anteontem, por 2 a 1.
Ele teve um pênalti defendido por Sérgio, foi chamado de pipoqueiro pelos torcedores e ameaçou deixar o clube do Morumbi.
No segundo semestre, os gols podem ser ainda mais raros por causa da ida de artilheiros para o exterior, como o palmeirense Vágner, negociado com o CSKA, da Rússia. (RP E PGA)


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