São Paulo, terça-feira, 29 de junho de 2004

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FUTEBOL

Presidente da CBF dirá hoje a Lula que o time nacional pode ajudar no processo de paz liderado pelos brasileiros

Seleção e Ronaldo se oferecem ao Haiti

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, vai oferecer ao governo federal um jogo da seleção com Ronaldo para ajudar na missão de paz da ONU no Haiti.
No encontro do cartola com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para hoje à tarde, em Brasília, Teixeira dirá que a CBF está à disposição da missão chefiada pelos brasileiros no Haiti.
A decisão da entidade acontece duas semanas depois de o primeiro-ministro haitiano, Gérard Latortue, ter dito que o Brasil deveria ter enviado, além de militares, craques da seleção pentacampeã ao país centro-americano.
De acordo com o premiê haitiano, se o time de Carlos Alberto Parreira jogasse no país, todas as milícias se uniriam para ver a partida. "Se as armas forem exigidas como ingresso, muitos deles as darão livremente somente para ver Ronaldo, Cafu ou Kaká."
Segundo assessores de Teixeira, a partida ainda não tem data marcada, seria disputada apenas após a Copa América, que começa na terça-feira, e contaria com a participação de pelo menos uma estrela internacional, Ronaldo.
"O Ronaldo está disposto a fazer o que for preciso para ajudar a trazer a paz ao Haiti", disse Rodrigo Paiva, assessor de imprensa do atleta do Real Madrid e da CBF. "A causa é nobre. Se der, nós vamos com certeza", declarou o técnico Carlos Alberto Parreira, que ontem comandou na Granja Comary o primeiro treino com a seleção que vai ao torneio do Peru.
A proposta da CBF faz parte de estratégia para se aproximar do Planalto. O cartola, que ficou seis meses tentando marcar uma audiência com o presidente da República para lhe entregar convite para a festa do centenário da Fifa, viu na questão haitiana uma brecha para conversar com Lula.
Por trás da boa vontade da CBF está a intenção de conseguir o empenho do governo em questões relacionadas ao futebol.
Entre os pleitos estão o refinanciamento de dívidas dos clubes com a União e a redação de uma lei trabalhista específica para o atleta profissional. A CBF ainda quer apoio formal do governo na campanha pela Copa-2014.


Colaborou Sérgio Rangel, enviado especial a Teresópolis


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