São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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Juca Kfouri

França, francamente

Maior desafio que devolver os 3 a 0 de Paris, em 1998, não pode existir agora

SEIS TÍTULOS mundiais em jogo, mais do que entre Alemanha e Argentina (cinco), o outro jogo de gigantes destas quartas-de-final. É verdade que a França contribui com só uma conquista, mas especial, porque ao bater o Brasil. E num último suspiro de esperança, quem sabe este não seja o estímulo que faltava para que Ronaldinho e companhia dêem o ar de sua graça e joguem futebol de gente grande nesta Copa. Sim, o futebol brasileiro costuma crescer quando enfrenta adversários que o desafiam, e maior desafio que devolver aqueles amargos 3 a 0 de Paris, em 1998, não pode existir agora. Só depois, diante de uma Alemanha ou de uma Argentina, na finalíssima. Porque nem mesmo um jogo contra Inglaterra ou Portugal, na semifinal, terá este caráter. Impossível não imaginar o quanto Ronaldo queira ampliar seu recorde histórico diante de Barthez. Fácil supor o desejo do capitão Cafu em impedir que o capitão Zidane continue a ser candidato a erguer outra vez a taça, ambos ante a possibilidade de se despedir de Copas. Todos protagonistas daquela decisão no Stade de France, assim como Roberto Carlos -e será demais sonhar, enfim, com uma boa apresentação do lateral-esquerdo? Por tudo isso é que a França é o rival ideal, por mais riscos que signifique. A Espanha não seria desafio nem parecido. Afinal, os melhores jogadores do Espanhol estão no time brasileiro, não no dela. E que não se veja no agradecimento ao destino pela chance da desforra nenhuma dose de arrogância ou de desqualificação do adversário. A França, de pífia participação na primeira fase, melhorou bastante contra a Espanha e, embora insista no erro de deixar Henry isolado na frente, representa um perigo que os brasileiros não enfrentaram até aqui. Tomara que Parreira surpreenda e não se limite a contar com Robinho, porque tem em Juninho o maior campeão da história do futebol francês. Mas, de novo, talvez já seja sonhar demais. Só resta dizer que este é o jogo, que o jogo é este!

blogdojuca@uol.com.br


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