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Juca Kfouri
França, francamente
Maior desafio que devolver os 3 a 0 de Paris, em 1998, não pode existir agora
SEIS TÍTULOS mundiais em jogo, mais
do que entre Alemanha e Argentina (cinco), o
outro jogo de gigantes destas quartas-de-final. É
verdade que a França contribui com só uma conquista, mas especial, porque ao bater o Brasil.
E num último suspiro
de esperança, quem sabe
este não seja o estímulo
que faltava para que Ronaldinho e companhia
dêem o ar de sua graça e
joguem futebol de gente
grande nesta Copa.
Sim, o futebol brasileiro
costuma crescer quando
enfrenta adversários que o
desafiam, e maior desafio
que devolver aqueles
amargos 3 a 0 de Paris, em
1998, não pode existir agora. Só depois, diante de
uma Alemanha ou de uma
Argentina, na finalíssima.
Porque nem mesmo um
jogo contra Inglaterra ou
Portugal, na semifinal, terá este caráter.
Impossível não imaginar o quanto Ronaldo
queira ampliar seu recorde histórico diante de Barthez. Fácil supor o desejo
do capitão Cafu em impedir que o capitão Zidane
continue a ser candidato a
erguer outra vez a taça,
ambos ante a possibilidade de se despedir de Copas. Todos protagonistas
daquela decisão no Stade
de France, assim como
Roberto Carlos -e será
demais sonhar, enfim,
com uma boa apresentação do lateral-esquerdo?
Por tudo isso é que a
França é o rival ideal, por
mais riscos que signifique.
A Espanha não seria desafio nem parecido. Afinal,
os melhores jogadores do
Espanhol estão no time
brasileiro, não no dela.
E que não se veja no
agradecimento ao destino
pela chance da desforra
nenhuma dose de arrogância ou de desqualificação do adversário. A França, de pífia participação na
primeira fase, melhorou
bastante contra a Espanha
e, embora insista no erro
de deixar Henry isolado
na frente, representa um
perigo que os brasileiros
não enfrentaram até aqui.
Tomara que Parreira
surpreenda e não se limite
a contar com Robinho,
porque tem em Juninho o
maior campeão da história do futebol francês.
Mas, de novo, talvez já seja
sonhar demais.
Só resta dizer que este é
o jogo, que o jogo é este!
blogdojuca@uol.com.br
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