São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007

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Panamá fica sem bandeira no Rio-07

Crise no comitê local fará 70 atletas competirem sob a égide da Odepa, e medalhas não irão para o país

DA REPORTAGEM LOCAL

Os atletas do Panamá não verão sua bandeira hasteada, não poderão entoar o hino de seu país nem vê-lo figurar no quadro de medalhas durante o Pan.
A Odepa, entidade que comanda o esporte nas Américas, anunciou ontem a suspensão do COP (Comitê Olímpico Panamenho) de competições oficiais por causa de uma crise interna. E irá pedir ao Comitê Olímpico Internacional, que se reúne na próxima semana, na Guatemala, para também impor sanções ao Panamá.
Os 70 atletas de sua delegação irão competir em 13 modalidades no Rio sob a bandeira da Odepa. As medalhas que conquistarem não serão registradas para seu país.
O Panamá soma 45 medalhas na história dos Pans, mas conquistou apenas dois ouros.
Irving Saladino, líder do ranking mundial do salto em distância, será o principal competidor do país em ação nos Jogos do Rio. O saltador já atingiu a marca de 8,56 m. Ele seria o porta-bandeira da delegação na cerimônia de abertura.
Saladino treina no Brasil desde novembro de 2004. Veio ao país em busca de melhores saltos e tranqüilidade. No Panamá, é uma celebridade. E carregava a responsabilidade de aumentar o garimpo de medalhas de seu país em Pans.
Os problemas no Comitê Olímpico Panamenho começaram no ano passado, com uma disputa entre dois grupos.
A Justiça considerou ilegal a reeleição de Melitón Sánchez à presidência da entidade. O dirigente é membro do COI.
Em seguida, o presidente da confederação de judô, Miguel Vanegas, venceu nova eleição, obtendo 12 dos 18 votos. Mas não foi reconhecido nem pelo COI nem pela Odepa.
Enquanto isso, Sánchez, que ainda pleiteava o cargo, renunciou em nome de Roger Moscote, da federação de natação. Ele, no entanto, também não obteve reconhecimento da Justiça.
Moscote fez uma denúncia contra Vanegas, que teria se apropriado de forma indevida de cerca de R$ 230 mil de verba do COP enquanto esteve no cargo. Ele esperava que os dirigente fossem chamados para depor quando foi iniciada a pressão pela solução da crise.
A Odepa havia dado prazo até anteontem para o Panamá resolver seus problemas. Na mesma data, Moscote renunciou alegando questões pessoais.
"Acredito que ele não resistiu à crise e deixou o cargo por estar desiludido com a pressão da Odepa", afirmou Franz Wever, presidente da federação de beisebol e da comissão de interventores nomeada pela entidade pan-americana.
O comitê organizador do Pan do Rio declarou, por meio de sua assessoria, que "os problemas do comitê panamenho dizem respeito à Odepa".


Com agências internacionais


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