São Paulo, sexta-feira, 29 de junho de 2007

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"Plebiscito" ditará futuro da era Corinthians-MSI

Conselheiros marcam para 24 de julho a votação sobre fim ou não da parceria

Empresa não se pronuncia, mas tem a seu favor o fato de que, se o clube romper o acordo, ele terá que arcar com uma multa milionária


EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O Corinthians deu ontem um primeiro passo em direção a um possível rompimento da parceria com a MSI. No próximo dia 24 de julho, o Conselho Deliberativo realizará uma espécie de plebiscito para definir se o clube quer ou não continuar aliado à empresa que hoje é a responsável por gerir seu departamento de futebol.
Por 14 votos a 3 o Cori (Conselho de Orientação) sugeriu o caminho do rompimento, solicitou a marcação de nova reunião do conselho, daqui a um mês, e deu início ao processo de reavaliação da parceria. O órgão indicou ainda um modelo de gestão de finanças pós-parceira. Sugeriu que as contas do clube fiquem, a partir de uma dissolução da parceria, a cargo de uma comissão financeira.
Após a indicação do Cori, o Conselho Deliberativo constituiu uma comissão com 11 conselheiros designados para fazer um relatório a ser apresentado no encontro marcado para o dia 24, quando será decidido em votação se o clube quer ou não continuar parceiro da MSI.
O Cori, que soltou a fagulha para o começo efetivo do processo de reavaliação do acordo firmado no final de 2004 com a MSI, é presidido por Antonio Roque Citadini, ferrenho opositor da parceria e do iraniano Kia Joorabchian, presidente da parceira do clube.
Entre os integrantes da comissão de análise também há opositores históricos do acordo com a MSI, como Romeu Tuma Júnior e Rubens Approbato Machado, que votaram contra a aprovação da parceria.
A decisão do conselho deverá ser o caminho tomado pelo clube. Porém, mesmo que os conselheiros optem pelo fim da parceria após ouvirem as considerações da comissão sobre o tema, a decisão por si só não terá poder de romper imediatamente a até agora turbulenta dobradinha Corinthians-MSI.
O contrato firmado entre as duas partes prevê que, para rompê-lo antes do final, em 2014, o Corinthians tem de arcar com uma multa de pelo menos US$ 25 milhões. Essa cláusula de rescisão é unilateral, ou seja, caso a empresa queira sair antes do tempo, não precisa ressarcir o clube do Parque São Jorge. A MSI não fez comentários a respeito da decisão corintiana de analisar a continuidade do acordo firmado com ela.
A indicação para reavaliar a parceria ocorreu no mesmo dia em que tanto oposição, com seu líder Andrés Sanches, como situação, via presidente Alberto Dualib, voltaram de Londres, onde disseram ter se encontrado com Kia para falar dos rumos do acordo com a MSI.
Ainda ontem, o Conselho Deliberativo do Corinthians rejeitou, por 171 votos a 129, as contas do clube referentes ao ano passado. A reunião teve momentos tensos: durante a votação, conselheiros oposicionistas gritavam "fora Dualib". Para a oposição, a não-aprovação das contas abre a brecha para ser instaurado um processo de "impeachment" do presidente.


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