|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Plebiscito" ditará futuro da era Corinthians-MSI
Conselheiros marcam para 24 de julho a votação sobre fim ou não da parceria
Empresa não se pronuncia, mas tem a seu favor o fato de que, se o clube romper o acordo, ele terá que arcar com uma multa milionária
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O Corinthians deu ontem um
primeiro passo em direção a
um possível rompimento da
parceria com a MSI. No próximo dia 24 de julho, o Conselho
Deliberativo realizará uma espécie de plebiscito para definir
se o clube quer ou não continuar aliado à empresa que hoje
é a responsável por gerir seu
departamento de futebol.
Por 14 votos a 3 o Cori (Conselho de Orientação) sugeriu o
caminho do rompimento, solicitou a marcação de nova reunião do conselho, daqui a um
mês, e deu início ao processo de
reavaliação da parceria. O órgão indicou ainda um modelo
de gestão de finanças pós-parceira. Sugeriu que as contas do
clube fiquem, a partir de uma
dissolução da parceria, a cargo
de uma comissão financeira.
Após a indicação do Cori, o
Conselho Deliberativo constituiu uma comissão com 11 conselheiros designados para fazer
um relatório a ser apresentado
no encontro marcado para o dia
24, quando será decidido em
votação se o clube quer ou não
continuar parceiro da MSI.
O Cori, que soltou a fagulha
para o começo efetivo do processo de reavaliação do acordo
firmado no final de 2004 com a
MSI, é presidido por Antonio
Roque Citadini, ferrenho opositor da parceria e do iraniano
Kia Joorabchian, presidente da
parceira do clube.
Entre os integrantes da comissão de análise também há
opositores históricos do acordo
com a MSI, como Romeu Tuma
Júnior e Rubens Approbato
Machado, que votaram contra a
aprovação da parceria.
A decisão do conselho deverá
ser o caminho tomado pelo clube. Porém, mesmo que os conselheiros optem pelo fim da
parceria após ouvirem as considerações da comissão sobre o
tema, a decisão por si só não terá poder de romper imediatamente a até agora turbulenta
dobradinha Corinthians-MSI.
O contrato firmado entre as
duas partes prevê que, para
rompê-lo antes do final, em
2014, o Corinthians tem de arcar com uma multa de pelo menos US$ 25 milhões. Essa cláusula de rescisão é unilateral, ou
seja, caso a empresa queira sair
antes do tempo, não precisa
ressarcir o clube do Parque São
Jorge. A MSI não fez comentários a respeito da decisão corintiana de analisar a continuidade do acordo firmado com ela.
A indicação para reavaliar a
parceria ocorreu no mesmo dia
em que tanto oposição, com seu
líder Andrés Sanches, como situação, via presidente Alberto
Dualib, voltaram de Londres,
onde disseram ter se encontrado com Kia para falar dos rumos do acordo com a MSI.
Ainda ontem, o Conselho Deliberativo do Corinthians rejeitou, por 171 votos a 129, as contas do clube referentes ao ano
passado. A reunião teve momentos tensos: durante a votação, conselheiros oposicionistas gritavam "fora Dualib". Para a oposição, a não-aprovação
das contas abre a brecha para
ser instaurado um processo de
"impeachment" do presidente.
Texto Anterior: Habitada: Ainda em obras, Vila do Pan já abriga americanos e canadenses Próximo Texto: Espelho: Equipe clona os palmeirenses e usa estratégia do mistério para clássico Índice
|