São Paulo, domingo, 29 de julho de 2001

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TÊNIS

Sampras, Safin e Norman, maiores oponentes do brasileiro na temporada passada, despencam em rankings mundiais

Rivais de Guga em 2000 somem em 2001

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Início de agosto de 2000. Separados por menos de 200 pontos, Gustavo Kuerten, Pete Sampras, Magnus Norman e Marat Safin travam batalha emocionante pela liderança da Corrida dos Campeões, o novo sistema de classificação do tênis masculino.
Final de julho de 2001. Enquanto o brasileiro tenta o bicampeonato da Corrida e lidera a lista de entradas com folga, seus rivais do ano passado despencam do estrelato de forma vertiginosa.
Nos últimos 12 meses, Kuerten, que ontem, depois do fechamento desta edição, enfrentaria o norte-americano Andre Agassi pelas semifinais do Torneio de Los Angeles, foi o único dos quatro duelistas de 2000 que se manteve sempre no alto e com bons resultados.
Safin, Sampras e Norman, especialmente na temporada 2001, vivem um inferno astral.
Nenhum dos três teve o sabor de conquistar um título até agora no ano. Dessa forma, depois de lutarem pelo título da Corrida no ano passado, hoje ocupam posições intermediárias.
Safin e Sampras estão empatados no 20º lugar. Norman é ainda pior -ocupa o 32º posto no ranking que considera apenas os resultados obtidos na temporada.
No ano passado, a situação dos três em agosto era bem diferente.
Com três títulos, Norman, derrotado por Guga na decisão de Roland Garros-2000, era o segundo colocado da Corrida, com apenas um ponto de desvantagem em relação a Kuerten, o líder. O sueco tinha vencido 77% dos jogos disputados no ano, contra 56% de 2001 antes das quartas-de-final de Los Angeles.
O ocaso de Sampras é ainda mais dramático, já que se trata do recordista de títulos de Grand Slam na história.
Com pífios resultados na temporada -fracassou até em Wimbledon, seu palco preferido-, o norte-americano não aparece também entre os top 10 do ranking de entradas.
Em 2001, o maior jogador da última década venceu 67% das partidas que disputou -seu pior desempenho desde o final dos anos 80, quando surgiu no cenário do tênis masculino profissional.
Apesar do "pesadelo" que vive, o americano se recusa a falar em aposentadoria -possibilidade aventada principalmente depois da sua eliminação no Grand Slam inglês diante de Roger Federer.
Para Safin, o cenários dos próximos meses é ainda mais assustador. Daqui até o final do ano, o russo defende quase 80% dos pontos que tem hoje na lista de entradas. Se continuar fracassando, pode terminar a temporada até fora do grupo dos 40 melhores do mundo.
Até o fim do ano, o russo precisa defender os títulos do Aberto dos Estados Unidos e dos Masters Series do Canadá e Paris.
No Torneio de Los Angeles, Safin não passou da segunda rodada da competição -foi eliminado pelo belga Xavier Malisse.
Sem títulos na quadra, os adversários de Kuerten no ano passado sofrem baixas também em suas contas bancárias.
O faturamento dos três despencou de forma mais acentuada que as posições nos rankings.
Sem contabilizar os prêmios de Los Angeles, Norman acumulava US$ 261 mil em prêmios no ano. No início de agosto de 2000, tinha US$ 1,260 milhão.
Sampras já tinha amealhado US$ 1,469 milhão nos sete primeiros meses de 2000. Agora, não passa de US$ 427 mil.
Os três grandes rivais de Kuerten em 2000 sofreram problemas fora das quadras recentemente.
Sampras, depois de seu casamento, que o afastou da quadra por cerca de três meses, não consegue voltar à forma antiga.
Safin e Norman sofreram contusões que deixaram os dois afastados dos torneios.
O russo ainda elaborou um calendário inchado, em que aparecia mais nos eventos promocionais do que por suas atuações nessas competições.



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