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AUTOMOBILISMO
Após largar na pole, campeão da temporada crava volta mais rápida, domina e ganha o GP da Alemanha
Schumacher vence em casa e fala em Deus
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A HOCKENHEIM
Foi como se o título ainda estivesse em jogo. Foi como se Michael Schumacher ainda precisasse provar algo para alguém.
Uma semana após conquistar o
mítico pentacampeonato mundial de F-1, o ferrarista venceu ontem o GP da Alemanha, 12ª etapa
do campeonato. E o fez com requintes de crueldade para os adversários: largou na pole e cravou
a volta mais rápida, estabelecendo
mais um final de semana perfeito.
Foi a nona vitória do alemão
neste ano e a décima vez que ele
obteve os três triunfos em um só
GP. Caso repita a façanha em
mais uma prova, igualará o recorde dessa estatística, que pertence
ao escocês Jim Clark desde 1965.
Os pilotos da Williams completaram o pódio em Hockenheim.
Juan Pablo Montoya foi o segundo, seguido por Ralf Schumacher.
Apesar de ter sido anunciado como a prioridade ferrarista, Rubens Barrichello teve problemas
com o carro e ficou em quarto.
Após ter chorado na França, na
conquista do penta, Schumacher
ontem surpreendeu em seu discurso pós-GP. Falou em Deus.
"Só posso agradecer a Deus pelas oportunidades que tenho recebido. E graças a Deus que meus
pneus trabalharam bem após os
dois pits stops. Essa foi a chave para minha vitória", declarou.
Sob um calor de 30C, a expectativa era que Williams e McLaren, ambas clientes da Michelin,
se aproximassem da Ferrari -os
compostos franceses trabalham
melhor que os Bridgestone em
condições de asfalto quente.
Ralf até tentou na primeira metade da corrida. Manteve o mesmo ritmo do irmão mais velho,
mas não conseguiu diminuir uma
vantagem de quatro segundos
aberta nas primeiras voltas.
A quatro giros do fim, ainda teve um problema no sistema de
válvulas pneumáticas e perdeu o
segundo lugar para Montoya.
Supremo na pista, Schumacher
só perdeu a liderança quando entrou nos boxes para os pit stops.
Ao final da prova, com uma volta
até sobre o quinto colocado, o
McLaren de David Coulthard, se
deu ao luxo de tirar o pé do acelerador. Sua folga para Montoya,
que era de 23 segundos na 64ª volta, caiu para dez segundos.
Sem ação contra Schumacher, o
colombiano, pelo menos, protagonizou a mais bela disputa por
posições desta temporada. Seu
adversário foi Kimi Raikkonen.
Lutando pela quarta posição, os
dois percorreram quase toda a 11ª
volta lado a lado. A cada ataque, o
finlandês reagia com uma ação
ousada. Ao final, Montoya levou a
melhor e superou o McLaren.
Ovacionado pelo 117 mil torcedores alemães que estiveram no
autódromo, Schumacher vibrou.
"A equipe mais uma vez fez um
trabalho fantástico. O Ralf pressionou no início da prova, mas tive equipamento para suportar essa situação. No final, decidi que
era melhor aliviar o ritmo e só trazer o carro para a chegada."
Ontem, de quebra, ele derrubou
um tabu. Hockenheim era o único circuito do atual calendário onde nunca havia vencido com a
Ferrari. Agora, entre as 17 pistas
da F-1, não há nenhuma que possa se orgulhar de ter resistido ao
alemão e a seu carro vermelho.
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