São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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FUTEBOL

Técnico diz ter oferta da Arábia e vê goleiro rival dar vitória a seu time

São Paulo sobe, mas Cuca ameaça deixar o comando

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com grande ajuda do goleiro Eduardo Martini, o São Paulo venceu de virada o Juventude, por 2 a 1, e assumiu provisoriamente a liderança do Brasileiro, com 34 pontos. Mesmo no topo, o técnico Cuca diz ter recebido proposta do Al Helal, da Arábia Saudita, e pode deixar o clube.
Com sua 19ª formação diferente no torneio, a vitória são-paulina saiu das mãos e dos pés do goleiro gaúcho, que cometeu duas falhas grosseiras nos gols dos paulistas.
A vitória interrompeu uma seqüência de cinco vitórias do Juventude e outra de cinco partidas sem triunfos fora de casa do time de Cuca, que está seduzido pela proposta dos árabes.
Por um ano de contrato, o Al Helal ofereceu US$ 1,45 milhão (cerca de R$ 4,4 milhões).
No São Paulo, o treinador recebe R$ 80 mil mensais (R$ 960 mil por ano) e tem contrato até o final de 2004. Caso sua saída do Morumbi seja confirmada, ele terá de pagar multa de R$ 160 mil.
A diretoria são-paulina não vai dar um centavo de aumento para manter Cuca. "Estou pensando em tudo. Por isso preciso ter muita calma", disse o treinador.
Na segunda-feira, quando o time retornar de Porto Alegre, Cuca irá se reunir com o presidente Marcelo Portugal Gouvêa e o vice de futebol, Juvenal Juvêncio.
Os dois foram avisados pelo treinador anteontem sobre a oferta do Al Helal. Juvêncio, então, pediu a Cuca que não comentasse o assunto e que conversariam na próxima semana.
Mas a diretoria acredita que, para se valorizar, foi o próprio técnico quem tornou pública a proposta árabe -segundo informou anteontem o "Diário de S.Paulo".
Na semana passada, Cuca acreditava em um complô contra ele encabeçado pelo superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha e pelo auxiliar técnico Milton Cruz.
Os dois estariam "fritando" Cuca com a diretoria para conduzir ao clube Muricy Ramalho.
O episódio gerou mal-estar no Morumbi, e Cuca foi repreendido em um jantar por Juvêncio.
Não foi a primeira vez que o técnico se sentiu ameaçado. Quando Vanderlei Luxemburgo deixou o Cruzeiro, Cuca também temeu que seria substituído por ele.
Ontem, mesmo com três zagueiros, o São Paulo se mostrava vulnerável. E sofreu o gol logo aos 5min, em belo chute cruzado de Zé Rodolpho.
Depois disso, o time não teve poder de reação. Só não levou mais gols porque Roger, que substituiu Rogério ontem, fez três belas defesas. E ainda viu Alê salvar um gol em cima da linha.
No segundo tempo, Cuca tirou um dos zagueiros -Edcarlos- e colocou o meia Vélber.
O São Paulo melhorou, mas continuava dominado pelo rival. Até que Martini entrou em ação. Primeiro, ele soltou bola na cabeça de Diego Tardelli, que empatou, aos 22min. Foi o primeiro gol de um atacante são-paulino desde 12 de junho. Tardelli não marcava desde 7 de março.
Aos 36min, Martini tentou "espanar" a bola e furou na frente de Vélber, que ganhou a dividida, e tocou com o gol livre para fazer 2 a 1 e decretar a primeira vitória do São Paulo no Alfredo Jaconi.
"Tive uma atuação ruim e desestruturei minha equipe", declarou Martini, que foi chamado de frangueiro pela torcida.


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