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AÇÃO
Coroa e coroado
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Duas boas histórias -uma
protagonizada por um veterano surfista brasileiro, e a outra,
por um campeão havaiano- fizeram a semana do surfe no
mundo.
Na primeira delas, o coroado
bicampeão mundial Andy Irons
venceu pela primeira vez em Jeffreys Bay, África do Sul, e disparou na liderança do WCT. O havaiano já acumulava dois segundos e dois terceiros lugares na
temporada e estava no topo da
lista de classificação, mas não parecia confortável sem vitórias. De
quebra, ainda tinha Kelly Slater
na segunda colocação e defendendo o título da etapa, que no
ano passado marcou sua arrancada para ficar pau a pau com
Irons até a decisão em Pipeline.
Esse cenário fez o havaiano chegar antes à África do Sul. Como
aquecimento, ele venceu o WQS
seis estrelas de Durban. Embalado, seguiu para as longas e tubulares direitas de Jeffreys.
O esperado duelo com Kelly Slater não aconteceu, já que o americano caiu nas quartas-de-final, e
agora precisa de ao menos duas
vitórias para voltar a sonhar com
o heptacampeonato.
Na final, contra o australiano
Nathan Hedge, Irons, com uma
onda perfeita, nota 10, abriu mais
que o dobro de pontos sobre o vice-campeão da etapa. Resultado:
confiança readquirida, um grande passo para a conquista do tricampeonato mundial, quase
1.500 pontos de vantagem sobre o
segundo colocado e US$ 45 mil
em prêmios conquistados em
duas semanas na África do Sul.
Enquanto Irons dava show particular na África do Sul, um veteraníssimo do surfe nacional fazia
história em Ubatuba (SP). O carioca Pedro Muller deixou de lado por algumas horas a função de
presidente, em segundo mandato,
da Associação Brasileira de Surfe
Profissional para, aos 38 anos, faturar uma etapa do Super Surf.
Ele não só entra para os registros como o mais velho surfista a
vencer no Circuito Brasileiro como quebra um jejum de 11 anos.
O carioca, campeão brasileiro em
89 e com dúzias de vitórias na
carreira, considerou essa a maior
conquista de todas. O título ainda
lhe valeu o recorde de vitórias no
Brasileiro, nove, empatado com
Peterson Rosa.
A quarta e penúltima etapa do
Super Surf ocorreu em Itamambuca, com as ondas variando
muito de qualidade. O atual bicampeão brasileiro Léo Neves
caiu na sua primeira participação na etapa, numa dessas baterias nas quais as ondas não contribuíram. A derrota de Léo animou a torcida local, que viu os
ubatubenses Renato Galvão e
Odirley Coutinho avançarem.
Galvão chegou até as quartas-de-final, quando foi derrotado
por outro veterano, Wagner Pupo, 36. E Coutinho foi barrado pelo cearense Adilton Mariano, a
maior surpresa da etapa, na semifinal, deixando escapar a liderança do ranking.
A decisão do Super Surf de 2004
será em outubro, em Saquarema
(RJ). No masculino, só Galvão,
Coutinho e Neves têm chances.
No feminino, o clube das pretendentes é ainda mais restrito, só as
cearenses Tita Tavares e Silvana
Lima podem chegar lá.
"Se não pode te matar..."
"...não é extremo", a segunda edição do desafio de surfe organizado e
julgado pelos próprios surfistas, cujo título dá uma noção do que se
esperar, está prevista para agosto, no Chile, com apoio do governo.
Mundial de skate - República Tcheca
Ferrugem venceu mais uma e pode chegar ao título do street já nas
próximas etapas, nos EUA e no Canadá. A final será realizada no Brasil. E Sandro Dias, com dois 900, venceu o "best trick" no vertical,
mas ficou em 11º na prova.
Sandboard - Fortaleza
No fim de semana, a praia do Futuro verá os melhores da prancha de
areia na prova de "Big Air", em rampa artificial de 12 m de altura.
E-mail sarli@trip.com.br
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