São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2004

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AÇÃO

Coroa e coroado

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

Duas boas histórias -uma protagonizada por um veterano surfista brasileiro, e a outra, por um campeão havaiano- fizeram a semana do surfe no mundo.
Na primeira delas, o coroado bicampeão mundial Andy Irons venceu pela primeira vez em Jeffreys Bay, África do Sul, e disparou na liderança do WCT. O havaiano já acumulava dois segundos e dois terceiros lugares na temporada e estava no topo da lista de classificação, mas não parecia confortável sem vitórias. De quebra, ainda tinha Kelly Slater na segunda colocação e defendendo o título da etapa, que no ano passado marcou sua arrancada para ficar pau a pau com Irons até a decisão em Pipeline.
Esse cenário fez o havaiano chegar antes à África do Sul. Como aquecimento, ele venceu o WQS seis estrelas de Durban. Embalado, seguiu para as longas e tubulares direitas de Jeffreys.
O esperado duelo com Kelly Slater não aconteceu, já que o americano caiu nas quartas-de-final, e agora precisa de ao menos duas vitórias para voltar a sonhar com o heptacampeonato.
Na final, contra o australiano Nathan Hedge, Irons, com uma onda perfeita, nota 10, abriu mais que o dobro de pontos sobre o vice-campeão da etapa. Resultado: confiança readquirida, um grande passo para a conquista do tricampeonato mundial, quase 1.500 pontos de vantagem sobre o segundo colocado e US$ 45 mil em prêmios conquistados em duas semanas na África do Sul.
Enquanto Irons dava show particular na África do Sul, um veteraníssimo do surfe nacional fazia história em Ubatuba (SP). O carioca Pedro Muller deixou de lado por algumas horas a função de presidente, em segundo mandato, da Associação Brasileira de Surfe Profissional para, aos 38 anos, faturar uma etapa do Super Surf.
Ele não só entra para os registros como o mais velho surfista a vencer no Circuito Brasileiro como quebra um jejum de 11 anos. O carioca, campeão brasileiro em 89 e com dúzias de vitórias na carreira, considerou essa a maior conquista de todas. O título ainda lhe valeu o recorde de vitórias no Brasileiro, nove, empatado com Peterson Rosa.
A quarta e penúltima etapa do Super Surf ocorreu em Itamambuca, com as ondas variando muito de qualidade. O atual bicampeão brasileiro Léo Neves caiu na sua primeira participação na etapa, numa dessas baterias nas quais as ondas não contribuíram. A derrota de Léo animou a torcida local, que viu os ubatubenses Renato Galvão e Odirley Coutinho avançarem.
Galvão chegou até as quartas-de-final, quando foi derrotado por outro veterano, Wagner Pupo, 36. E Coutinho foi barrado pelo cearense Adilton Mariano, a maior surpresa da etapa, na semifinal, deixando escapar a liderança do ranking.
A decisão do Super Surf de 2004 será em outubro, em Saquarema (RJ). No masculino, só Galvão, Coutinho e Neves têm chances. No feminino, o clube das pretendentes é ainda mais restrito, só as cearenses Tita Tavares e Silvana Lima podem chegar lá.

"Se não pode te matar..."
"...não é extremo", a segunda edição do desafio de surfe organizado e julgado pelos próprios surfistas, cujo título dá uma noção do que se esperar, está prevista para agosto, no Chile, com apoio do governo.

Mundial de skate - República Tcheca
Ferrugem venceu mais uma e pode chegar ao título do street já nas próximas etapas, nos EUA e no Canadá. A final será realizada no Brasil. E Sandro Dias, com dois 900, venceu o "best trick" no vertical, mas ficou em 11º na prova.

Sandboard - Fortaleza
No fim de semana, a praia do Futuro verá os melhores da prancha de areia na prova de "Big Air", em rampa artificial de 12 m de altura.

E-mail sarli@trip.com.br


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