|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Abalada, Volta da França tem fim hoje
Prova deve ter vencedor espanhol e crise com doping
DA REPORTAGEM LOCAL
A principal competição do ciclismo mundial termina hoje
com sua imagem mais abalada
do que nunca. Quando os atletas chegarem a Paris, parada final da Volta da França, um inevitável ar de desconfiança cruzará junto a linha de chegada.
A edição deste ano, preparada para ser a mais limpa da história, será lembrada pelos casos
de doping que a mancharam.
Ontem foi cumprida a 19ª
etapa da competição, que foi
vencida pelo norte-americano
Levi Leipheimer (Discovery
Channel), mas deixou o espanhol Alberto Contador mais
perto de conquistar o título.
"Incrível. É um sonho que estou realizando", afirmou Contador, que herdou a liderança
da prova de bandeja, após a
equipe Rabobank afastar o dinamarquês Michael Rasmussen, pivô do último capítulo
protagonizado pelo fantasma
das substâncias proibidas.
O dinamarquês, que iniciou a
prova afastado pela federação
de seu país, não fez os exames
antidopagem preventivos durante o período de treinamento. Alega que estava no México,
mas membro de seu time disse
que ele se preparou na Itália.
O caso dele foi antecedido
por dois outros. O cazaque Alexandre Vinokourov, flagrado
no exame por suspeita de
transfusão sangüínea, e o italiano Cristian Moreni, por uso de
esteróides anabolizantes.
Os escândalos provocaram
revolta popular. Torcedores fizeram manifestos durante as
etapas fantasiados de seringas.
O jornal francês "Libération"
decretou em sua manchete: "A
morte do Tour". Alguns ciclistas se recusaram a largar para a
17ª etapa em protesto contra o
uso de drogas. Até o presidente
da França, Nicolas Sarkozy,
deu pitaco. Afirmou que os casos de doping mostram que a
organização está atenta a quem
não respeita as regras.
Hoje, somente 141 ciclistas,
dos 189 que iniciaram a prova,
devem cruzar a linha final na
capital francesa. Antes do início da Volta, os participantes
assinaram termo no qual diziam não ter qualquer relação
com o uso de drogas.
Além disso, comprometiam-se a ceder um ano de salários
para um fundo de combate ao
doping caso fossem flagrados. E
mais: todos foram testados na
véspera da abertura do evento,
há duas semanas.
Para tentar evitar surpresas,
a organização recusou a inscrição dos que já tinham exames
positivos no currículo. E baniu
os ciclistas implicados na "Operação Porto", que tinha como
pivô um médico fornecedor de
drogas a atletas de ponta, o espanhol Eufemiano Fuentes.
Anteontem, o presidente do
COI (Comitê Olímpico Internacional), o belga Jacques Rogge, afirmou que não banirá o ciclismo dos Jogos Olímpicos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Náutico, de novo, surpreende em SP e vence o Santos Próximo Texto: Stock Car: Líder larga na pole em Londrina e busca 1ª vitória Índice
|