São Paulo, domingo, 29 de julho de 2007

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Abalada, Volta da França tem fim hoje

Prova deve ter vencedor espanhol e crise com doping

DA REPORTAGEM LOCAL

A principal competição do ciclismo mundial termina hoje com sua imagem mais abalada do que nunca. Quando os atletas chegarem a Paris, parada final da Volta da França, um inevitável ar de desconfiança cruzará junto a linha de chegada.
A edição deste ano, preparada para ser a mais limpa da história, será lembrada pelos casos de doping que a mancharam.
Ontem foi cumprida a 19ª etapa da competição, que foi vencida pelo norte-americano Levi Leipheimer (Discovery Channel), mas deixou o espanhol Alberto Contador mais perto de conquistar o título.
"Incrível. É um sonho que estou realizando", afirmou Contador, que herdou a liderança da prova de bandeja, após a equipe Rabobank afastar o dinamarquês Michael Rasmussen, pivô do último capítulo protagonizado pelo fantasma das substâncias proibidas.
O dinamarquês, que iniciou a prova afastado pela federação de seu país, não fez os exames antidopagem preventivos durante o período de treinamento. Alega que estava no México, mas membro de seu time disse que ele se preparou na Itália.
O caso dele foi antecedido por dois outros. O cazaque Alexandre Vinokourov, flagrado no exame por suspeita de transfusão sangüínea, e o italiano Cristian Moreni, por uso de esteróides anabolizantes.
Os escândalos provocaram revolta popular. Torcedores fizeram manifestos durante as etapas fantasiados de seringas.
O jornal francês "Libération" decretou em sua manchete: "A morte do Tour". Alguns ciclistas se recusaram a largar para a 17ª etapa em protesto contra o uso de drogas. Até o presidente da França, Nicolas Sarkozy, deu pitaco. Afirmou que os casos de doping mostram que a organização está atenta a quem não respeita as regras.
Hoje, somente 141 ciclistas, dos 189 que iniciaram a prova, devem cruzar a linha final na capital francesa. Antes do início da Volta, os participantes assinaram termo no qual diziam não ter qualquer relação com o uso de drogas.
Além disso, comprometiam-se a ceder um ano de salários para um fundo de combate ao doping caso fossem flagrados. E mais: todos foram testados na véspera da abertura do evento, há duas semanas.
Para tentar evitar surpresas, a organização recusou a inscrição dos que já tinham exames positivos no currículo. E baniu os ciclistas implicados na "Operação Porto", que tinha como pivô um médico fornecedor de drogas a atletas de ponta, o espanhol Eufemiano Fuentes.
Anteontem, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o belga Jacques Rogge, afirmou que não banirá o ciclismo dos Jogos Olímpicos.


Com agências internacionais


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