São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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Paredão italiano preocupa time

DO ENVIADO A ATENAS

Para completar a "tríplice coroa" do vôlei (Olimpíada, Mundial e Liga Mundial), Bernardinho tem uma certeza, a de que que sua equipe precisa ser superior aos italianos em dois aspectos: no duelo no meio da rede e no saque.
A conclusão aconteceu após o mais emocionante jogo da Olimpíada: o Brasil bateu a Itália por 3 a 2 com um tie-break de 33 a 31.
"Teremos que sacar muito bem e controlar os meios-de-rede [Fei e Mastrangelo], pois o melhor bloqueio do mundo é deles", declarou o treinador. "E atuar com velocidade. Se não jogarmos assim, vamos acabar caindo na armadilha deles. Ainda bem que o Ricardinho sabe como ninguém jogar com velocidade."
Atuando dessa forma, a seleção tem 43% de acerto nos ataques, a melhor marca da Olimpíada -os italianos estão com 33%.
Assim, a Itália tentará, com um saque potente, desestabilizar a recepção brasileira e evitar que o levantador consiga imprimir seu ritmo, tendo que optar por indesejáveis bolas altas. A equipe européia faz 1,85 ace por set, melhor performance em Atenas -o Brasil, com 1,65, está em segundo.
O alento para Bernardinho vem do desempenho de seus especialistas. Escadinha e Dante ostentam, após seis vitórias e uma derrota, a melhor recepção: 64% de perfeição -a Itália registra 51%.
Os jogadores parecem estar cientes das preocupações do treinador. "A gente tem que sacar bem. Os dois meios-de-rede deles são muito fortes. Se conseguirmos tirá-los [do jogo], temos condições de trabalhar mais no bloqueio", afirmou Dante, maior bloqueador do Brasil na semifinal contra os EUA -marcou três pontos dessa forma.
"Vou ter que jogar muito no saque e no bloqueio. Terei de suar sangue", declarou Gustavo, principal bloqueador da seleção brasileira na Olimpíada, com média de 0,54 ponto por set.
Mastrangelo, com 0,56 bloqueio por set, é quem lidera o fundamento na seleção da Itália. Fei estaciona em 0,44.
No aspecto psicológico, o Brasil entra em vantagem. Ganhou o duelo épico na fase classificatória e, há um mês, bateu o adversário na final da Liga Mundial.
Tudo isso fez o técnico italiano Gianpaolo Montali afirmar, antes da semifinal entre brasileiros e americanos, que ficaria na torcida: "É melhor não encontrar o Brasil". Só que vai.(LC)

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