São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2004

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AUTOMOBILISMO

Só Barrichello, companheiro do alemão na campeã equipe italiana, pode adiar o hepta hoje na Bélgica

Na 700ª da Ferrari, Schumacher busca o 7º

TATIANA CUNHA
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Michael Schumacher, 35, tenta hoje reescrever a história da F-1. Só dois pontos a mais que Rubens Barrichello separam o campeão maior dos 54 anos de existência da categoria de um feito inédito, impensável há alguns anos. O alemão da pequena Hürth-Hermülheim pode se tornar o primeiro piloto a conquistar sete Mundiais.
Chega até a ser difícil dar uma dimensão do que este campeonato significa na esfera esportiva.
Michael Jordan, por exemplo, ganhou cinco vezes o troféu de melhor da NBA. Ronaldo foi eleito o melhor do mundo em três ocasiões pela Fifa. O surfista Kelly Slater é hexacampeão do WCT. Robert Scheidt venceu sete vezes o Mundial de vela na classe laser.
Ainda assim fica difícil... Em outras áreas talvez a supremacia de Schumacher fique mais gritante.
Quem mais ganhou Oscars foi a atriz Katherine Hepburn. Quatro estatuetas. A Venezuela é o país que mais teve vencedoras do Miss Mundo. Foram cinco. Os Beatles foram os únicos a monopolizar os primeiros lugares na lista da Billboard dos EUA. Emplacaram cinco músicas ao mesmo tempo.
Nem no próprio automobilismo ele encontra rivais. Já deixou o mítico Juan Manuel Fangio e seus cinco títulos mundiais para trás.
O único capaz de estragar a festa do alemão hoje é um brasileiro. Nascido na gigante São Paulo, atende pelo nome de Rubens e dirige uma Ferrari quase idêntica à de Schumacher. Com uma única diferença (visível). Ela carrega o número dois em seu bico.
Barrichello, porém, nunca venceu na Bélgica. Schumacher, além de buscar a sétima taça, corre pela sétima vitória no país. E no GP em que a Ferrari completa 700 corridas na F-1. Parece até combinado.
Mas as coincidências não terminam por aí. O cenário também parece ter sido escolhido a dedo: foi no circuito de Spa-Francorchamps que o alemão fez sua primeira corrida na categoria, há 4.753 dias, a bordo de um Jordan.
E tem mais. Pista preferida de Schumacher e que retorna ao calendário após um ano de ausência, Spa fica a pouco mais de 100 km de sua cidade natal. E o alemão não esconde que gostaria de ganhar o hepta em terras belgas.
"Esta pista me traz boas recordações. Além disso é como Mônaco e Suzuka, circuitos em que o piloto pode fazer a diferença."
Se depender do retrospecto do ferrarista neste ano, vencer não será uma tarefa tão difícil assim.
Das 13 corridas já disputadas, Schumacher ganhou 12. Só não completou o GP de Mônaco, quando bateu. O vencedor foi o italiano Jarno Trulli, da Renault.
As condições de agora são bem mais favoráveis do que no Mundial do ano passado, quando a disputa pelo título se arrastou até a última corrida da temporada.
Na ocasião, Schumacher precisava de um ponto para ser campeão. Caso falhasse, teria que torcer para que Kimi Raikkonen, seu único rival, não vencesse a prova.
E o título veio no limite. O alemão terminou em oitavo lugar. O finlandês foi o segundo colocado.
O heptacampeonato está tão perto que o ferrarista até evitou falar sobre isso no final de semana. "Não é segredo para ninguém que estou muito perto do título, então estou relaxado, posso me divertir e tentar vencer a corrida."
Coisas de Michael Schumacher.


Com agências internacionais
NA TV - GP da Bélgica, Globo, ao vivo, às 10h15


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