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Agora vai?
Dualib tenta, de novo, derrubar Kia
Presidente do Corinthians viaja a Londres e promete liberar Tevez se houver troca no comando da parceira do clube
Argentino só pode ser negociado com anuência do dirigente, que já havia pedido a cabeça do iraniano aos investidores da MSI
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Alberto Dualib partiu para
Londres ontem à tarde. Na bagagem, o presidente corintiano
levou a promessa de liberação
de Carlitos Tevez. Quer, em
contrapartida, a cabeça de Kia
Joorabchian, o presidente da
MSI, e a efetivação de Renato
Duprat para comandar o fundo
de investimentos que controla
o futebol da equipe.
Hoje, segundo seus aliados,
ele tem encontro marcado com
os investidores. Vai exigir também a contratação de reforços
para a equipe, que está na zona
de rebaixamento do Brasileiro
e só tem até quinta-feira para
inscrever atletas.
Tevez se tornou o grande
trunfo de Dualib para tentar se
livrar de Kia. O argentino, que
abandonou o clube na semana
passada, só pode ser negociado
se o dirigente corintiano assinar sua transferência. Isso porque a Fifa só reconhece clubes
como donos dos direitos federativos dos jogadores.
Os corintianos avaliam que
Tevez é o único investimento
da parceria feito até o momento com possibilidade de retorno
financeiro. A MSI pagou por ele
US$ 22,6 milhões (cerca de R$
51 milhões) e espera negociá-lo
até o dia 31, quando termina o
período de inscrições de atletas
no futebol da Europa.
O Corinthians afirma não conhecer propostas por Tevez,
mas acredita que Kia tenha um
negócio engatilhado.
A MSI nega que o iraniano
esteja deixando a parceria. Na
semana passada, em nota oficial, Kia disse que não pretende
sair. Dirigentes do clube, porém, avaliam que ele não irá
mais gerenciar o negócio.
"Eu tenho a informação, extra-oficial, de que ele será substituído, mas quem tem que falar sobre isso é a MSI", disse o
vice-presidente de comunicações do Corinthians, Flávio
Adauto, à rádio Globo.
O presidente da parceira corintiana está fora do Brasil há
mais de três meses. Nas últimas
semanas, tem estado ausente
por conta da morte do pai. Na
semana passada, enviou carta
aos jogadores agradecendo a
solidariedade do grupo corintiano a ele por conta disso.
A mensagem foi interpretada
pelos diretores do clube como
uma "despedida".
Não é a primeira vez que
Dualib vai a Londres pedir a cabeça de Kia. Em agosto do ano
passado, o cartola, sob o pretexto de que a MSI não estava
cumprindo o contrato, afirmou
que não sentaria à mesma mesa
com ele. Não conseguiu convencer os investidores.
Desta vez, avalia, a situação é
diferente. O dirigente vai reclamar que o iraniano não poderia
ter liberado Tevez.
Vai argumentar que ele liberou o argentino por ter sido
contra a vinda de Leão. A falta
de sintonia com o treinador,
aliás, foi a justificativa do atacante para deixar o Parque São
Jorge. Em entrevista a uma TV
argentina, ele classificou Leão
como "antiargentino" e declarou que ganhou licença de dez
dias do executivo iraniano.
Leão, por sua vez, não esconde o lado em que está na briga.
Faz questão de dizer que é funcionário do Corinthians, responde a Dualib, e que, desde
que foi contratado, há duas semanas, não falou com Kia.
Hoje, em Londres, Dualib terá a companhia de Duprat no
encontro com investidores. O
empresário, que pode assumir
a gestão do futebol, foi quem
apresentou Kia a Dualib. Aliado
do iraniano no início do acordo,
Duprat se bandeou para o lado
do corintiano quando a MSI se
recusou a lhe pagar comissão
pelo acordo.
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