São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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Agora vai?

Dualib tenta, de novo, derrubar Kia

Presidente do Corinthians viaja a Londres e promete liberar Tevez se houver troca no comando da parceira do clube

Argentino só pode ser negociado com anuência do dirigente, que já havia pedido a cabeça do iraniano aos investidores da MSI

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Alberto Dualib partiu para Londres ontem à tarde. Na bagagem, o presidente corintiano levou a promessa de liberação de Carlitos Tevez. Quer, em contrapartida, a cabeça de Kia Joorabchian, o presidente da MSI, e a efetivação de Renato Duprat para comandar o fundo de investimentos que controla o futebol da equipe.
Hoje, segundo seus aliados, ele tem encontro marcado com os investidores. Vai exigir também a contratação de reforços para a equipe, que está na zona de rebaixamento do Brasileiro e só tem até quinta-feira para inscrever atletas.
Tevez se tornou o grande trunfo de Dualib para tentar se livrar de Kia. O argentino, que abandonou o clube na semana passada, só pode ser negociado se o dirigente corintiano assinar sua transferência. Isso porque a Fifa só reconhece clubes como donos dos direitos federativos dos jogadores.
Os corintianos avaliam que Tevez é o único investimento da parceria feito até o momento com possibilidade de retorno financeiro. A MSI pagou por ele US$ 22,6 milhões (cerca de R$ 51 milhões) e espera negociá-lo até o dia 31, quando termina o período de inscrições de atletas no futebol da Europa.
O Corinthians afirma não conhecer propostas por Tevez, mas acredita que Kia tenha um negócio engatilhado.
A MSI nega que o iraniano esteja deixando a parceria. Na semana passada, em nota oficial, Kia disse que não pretende sair. Dirigentes do clube, porém, avaliam que ele não irá mais gerenciar o negócio.
"Eu tenho a informação, extra-oficial, de que ele será substituído, mas quem tem que falar sobre isso é a MSI", disse o vice-presidente de comunicações do Corinthians, Flávio Adauto, à rádio Globo.
O presidente da parceira corintiana está fora do Brasil há mais de três meses. Nas últimas semanas, tem estado ausente por conta da morte do pai. Na semana passada, enviou carta aos jogadores agradecendo a solidariedade do grupo corintiano a ele por conta disso.
A mensagem foi interpretada pelos diretores do clube como uma "despedida".
Não é a primeira vez que Dualib vai a Londres pedir a cabeça de Kia. Em agosto do ano passado, o cartola, sob o pretexto de que a MSI não estava cumprindo o contrato, afirmou que não sentaria à mesma mesa com ele. Não conseguiu convencer os investidores.
Desta vez, avalia, a situação é diferente. O dirigente vai reclamar que o iraniano não poderia ter liberado Tevez.
Vai argumentar que ele liberou o argentino por ter sido contra a vinda de Leão. A falta de sintonia com o treinador, aliás, foi a justificativa do atacante para deixar o Parque São Jorge. Em entrevista a uma TV argentina, ele classificou Leão como "antiargentino" e declarou que ganhou licença de dez dias do executivo iraniano.
Leão, por sua vez, não esconde o lado em que está na briga. Faz questão de dizer que é funcionário do Corinthians, responde a Dualib, e que, desde que foi contratado, há duas semanas, não falou com Kia.
Hoje, em Londres, Dualib terá a companhia de Duprat no encontro com investidores. O empresário, que pode assumir a gestão do futebol, foi quem apresentou Kia a Dualib. Aliado do iraniano no início do acordo, Duprat se bandeou para o lado do corintiano quando a MSI se recusou a lhe pagar comissão pelo acordo.


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