São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010 |
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JUCA KFOURI Efeito Copa-2014
PAULO HENRIQUE Ganso deve saber que a dor que agora sente é uma dor que sentimos, infortúnio que nos rouba a maior atração de um campeonato que pintava a cada rodada mais e mais promissor. Mas Ganso é jovem e responsável o suficiente para dar a volta por cima, embora dificilmente vá poder curtir seu Santos tricampeão brasileiro, ferido tão gravemente como foi o time dele. Que não sirva, porém, o seu azar para alimentar os raciocínios gananciosos, sempre favoráveis a que se exporte nosso melhor pé de obra, porque sem risco não se vive e viver é muito perigoso -como já ensinou o grande Guimarães Rosa. E se o Santos, que pintava como um dos prováveis rivais do Fluminense, tem agora este desfalque incomensurável, e que certamente a nova direção santista tratará como se não estivesse em convalescença, eis que aparentemente só o Inter terá condições de ameaçar o tricolor carioca. Que está perdendo o Maracanã, palco das mais belas manifestações de torcedores neste Brasileirão e gramado ao feitio dos planos do bom time do Fluminense. Talvez por isso mesmo, segundo as más línguas, a CBF, abruptamente, tenha resolvido fechar o estádio para a reforma com vistas à Copa. Já que não conseguiu tirar Muricy Ramalho das Laranjeiras, tira o Flu do seu palco. E argumenta com o Estatuto do Torcedor, que não cumpre nem para obrigar os mandantes a anunciar público e renda nos jogos de seu torneio. Ora, se Cruzeiro e Galo já pagam um alto preço pelo fechamento do Mineirão, agora será a vez da dupla Fla-Flu, mais o Flu que o Fla, porque com muito mais a perder. Sobra o Inter que, ao que tudo indica, reformará o Beira-Rio sem fechá-lo, como se fez na Itália na Copa de 1990. Lá, os estádios tiveram suas capacidades diminuídas, mas não foram fechados, porque basta impedir a proximidade do torcedor às áreas interditadas e tocar a vida. Pensar que os dois grandes mineiros e a dupla Fla-Flu ficarão fora de suas casas até a realização da Copa das Confederações, em 2013, é imaginar o agravamento da situação econômica destes clubes, em franca desvantagem em relação aos rivais paulistas e gaúchos. E um crime maior contra o futebol nacional, que se não tem como impedir acidentes como o que vitimou Ganso, deveria estar alerta para evitar o que se vive em Belo Horizonte e no Rio. Só resta lembrar que clube algum disse nada, apenas aplaudiu, como vaquinha de presépio, a candidatura brasileira para a Copa-2014. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Vôlei torce contra os EUA e pega a China no GP Próximo Texto: Chuva ajuda, e Webber faz quinta pole Índice |
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