São Paulo, Domingo, 29 de Agosto de 1999
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FUTEBOL
Corinthians e São Paulo, que se enfrentam hoje no Pacaembu, têm os melhores ataques do Brasileiro
Clássico reúne potências ofensivas

PAULO COBOS
da Reportagem Local

Os dois times que estão salvando a média de gols do Brasileiro-99 do fiasco se enfrentam às 17h de hoje no Pacaembu.
Corinthians e São Paulo, apesar de viverem momentos opostos (o primeiro é líder da competição, com aproveitamento de 100%, e o segundo vem fazendo campanha irregular), são responsáveis por 38 gols -22%- dos 174 já marcados no torneio, sem considerar os jogos de ontem.
O Corinthians tem a melhor artilharia do Brasileiro, com 22 gols em seis jogos -média de 3,7 por jogo. O São Paulo aparece em segundo lugar no ranking dos ataques mais produtivos, com 16 gols em seis partidas -média de 2,7.
As outras 20 equipes do campeonato marcam, em média, 1,1 gol por partida.
""Será um bom jogo, porque são duas equipes ofensivas", disse Paulo César Carpegiani, técnico do São Paulo. ""Dificilmente algum time joga com três atacantes, mas, se você reparar, há vários momentos em que nós aparecemos com três lá na frente."
Para Oswaldo de Oliveira, treinador corintiano, ""é bom enfrentar um time ofensivo, que busca o gol e abre espaço lá atrás".
Oliveira acha que será um jogo perigoso, mas aposta no favoritismo corintiano. ""Acredito mais no meu ataque", afirmou.
Para o atacante Edílson, o Corinthians sempre teve vocação ofensiva. Mas, neste momento, principalmente, graças à atuação de seu meio-campo, a situação tem ficado mais tranquila para quem joga no ataque.
""Nossos volantes têm características de meias de ligação, e isso ajuda bastante a gente que está lá na frente", comentou.
Se não fosse por Corinthians e São Paulo, a média de gols do Brasileiro-99 cairia de 2,64 por jogo para 2,22. Em outras palavras, faria despencar o atual campeonato do 7º para o 20º lugar no ranking de médias de gols dos Campeonatos Nacionais.
Na competição de 1999, a dificuldade das demais equipes em marcar é tanta que seis times ainda não conseguiram superar a modesta média de um gol por partida. Até o Guarani, que, antes dos jogos de ontem, era o terceiro colocado no campeonato, tem média de 0,86 gol por partida.
Em 98, diferentemente do que acontece agora, apenas o rebaixado Bragantino não conseguiu superar esse patamar ofensivo.
Além do melhor ataque do campeonato, o time do técnico Oswaldo de Oliveira tem o vice-artilheiro do torneio -Luizão, com oito gols-, além de Marcelinho, que divide com o são-paulino França o terceiro lugar na lista, com seis cada.
A força ofensiva de Corinthians e São Paulo não é fenômeno restrito apenas ao Brasileiro-99. No primeiro semestre, os dois times também mostraram eficiência. No Paulista-99, as equipes, com os são-paulinos à frente, foram as que mais marcaram.
O segredo de seus ataques está no bom aproveitamento das chances criadas, já que, no tocante ao número de finalizações, seus números são semelhantes à média das competições.
O Corinthians, por exemplo, finaliza, em média, 15 vezes por jogo, contra média de 14,5 do Brasileiro. A do São Paulo é um pouco menor -14,3 por partida.
Em compensação, para uma média geral de 33% de precisão nas finalizações, o Corinthians consegue um índice de 48%, enquanto o São Paulo tem 38%.

Defesas
Se no ataque o Corinthians e o São Paulo têm se destacado, o mesmo não acontece no desempenho defensivo.
Apesar de ter a melhor campanha do torneio, o Corinthians tinha, até ontem, apenas a décima melhor defesa -1,17 gol sofrido, em média, por partida.
Para o São Paulo, no entanto, com média de 1,5 gol sofrido por jogo, a situação é ainda mais grave. Para o time dirigido por Paulo César Carpegiani, os problemas defensivos podem lhe custar a classificação para as finais, meta que a equipe não conseguiu nos últimos quatro anos.
""Contra o Corinthians, vamos ter de melhorar a marcação", disse Carpegiani.


Colaboraram João Carlos Assumpção e Maércio Santamarina, da Reportagem Local

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