São Paulo, Domingo, 29 de Agosto de 1999
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Clubes usam TV, videogames e comida para promover museus

da Reportagem Local

É um atraso ter só uma sala de troféus para guardar a memória de um clube, mas também não basta ter um museu para amontoar camisetas, fotos e flâmulas. Essa foi a conclusão do debate ""Futebol e História", que reuniu diretores de museus esportivos na semana passada em São Paulo.
""Um museu de futebol não pode ser apenas contemplativo. O visitante tem de interagir", afirmou José Santos, diretor da empresa Museu da Pessoa, que montou o acervo do São Paulo e fará o mesmo com Santos e Flamengo.
A receita, então, é trazer videogames, pebolim, futebol de botão, monitores de TV mostrando gols e depoimentos, holografias e telas com efeitos tridimensionais.
Além disso, colocar restaurantes temáticos e lojas de produtos licenciados na entrada e na saída do museu. ""Mas não adianta pegar umas ilustrações e jogar na parede. O restaurante temático vira uma salada", concluiu Santos, que disse já ter consultado 15 clubes, que por problemas financeiros não fizeram seus museus.
Até agora, São Paulo, Lusa, Grêmio, Inter-RS e Grêmio já montaram seus museus, com diferentes resultados -o são-paulino tem recursos interativos, enquanto o da Lusa está bastante defasado.
Já Flamengo, Santos e Atlético-MG começaram suas pesquisas para organizar seus acervos. O Atlético-PR tem o espaço ainda vazio para o museu em seu novo estádio. Já Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro seguem apenas com suas salas de troféus.
Pelo mundo, além dos museus da Fifa e do COI (Comitê Olímpico Internacional), ambos na Suíça, há vários montados por clubes, como o de Ajax, Milan, Manchester United e Barcelona -este último é o mais antigo (15 anos) e inspirou os outros.
O museu catalão é o quarto mais visitado na Espanha (mais de 1 milhão de pessoas ao ano), sofreu três ampliações e arrecada R$ 3 milhões anualmente.
""O museu tem de estar no estádio ou estará fora de contexto. Afinal, é lá que se forja a história", disse Albert Pujol, diretor do Museu do Barcelona.
Já o projeto da Confederação Brasileira de Futebol de fazer um memorial da seleção brasileira no Rio continua ""incipiente", apesar de estar no acordo assinado em 1996 com a multinacional Nike.


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