São Paulo, Domingo, 29 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Depois de três rebaixamentos seguidos, equipe estréia hoje na Série C enfrentando o Vila Nova-MG
Fluminense busca prestígio perdido

da Sucursal do Rio

No fundo do poço, o Fluminense estréia na Série C do Campeonato Brasileiro, hoje à tarde, contra o Vila Nova-MG, em Nova Lima, tentando resgatar o prestígio perdido nos últimos anos.
""Agora é vencer ou vencer", afirmou o vice-presidente de futebol da equipe carioca, Francisco Horta, que assumiu o cargo no início do ano.
O clube, um dos mais tradicionais do futebol carioca, vive desde 1996 a maior crise de sua história.
Na ocasião, o time iniciou a sequência de campanhas desastrosas e foi rebaixado pela primeira vez para a Série B do Brasileiro.
Com um forte lobby de seus influentes torcedores -o ex-presidente da Fifa João Havelange é um deles-, o clube pressionou a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e virou a mesa em 97.
Apesar da ajuda, o clube novamente decepcionou e foi rebaixado para a segunda divisão.
Sem comando e prestígio, o time disputou a Série B em 1998. Novo fracasso. O clube caiu então para a Série C.
""Não podíamos ter chegado aqui. Porém, temos que pensar apenas no futuro para voltar à elite do futebol brasileiro pela porta da frente", disse o técnico Carlos Alberto Parreira.
Com um elenco sem grandes jogadores, o principal trunfo do clube carioca é o ex-treinador da seleção brasileira, que conquistou a Copa do Mundo de 1994, nos EUA. Parreira está no clube desde o início da temporada.
Independente financeiramente e torcedor do Fluminense, Parreira montou um projeto para o clube até o ano 2000.
Desde o início do ano, ele já recusou várias propostas de clubes de prestígio no país e no exterior -Corinthians, Santos, La Coruña (Espanha), entre outros.
""Tenho um compromisso comigo mesmo de levantar o clube. Por isso, estou aqui", justificou Parreira, que no primeiro semestre fracassou com o time no Campeonato Carioca.
A contratação do treinador resgatou parte da credibilidade do clube. Após a série de fracassos do time -que levou dois presidentes à renúncia nos últimos três anos-, o atual presidente do clube, David Fischel, está conseguindo sanear as finanças do clube.
Dentro do campo, o principal destaque é o atacante Roni, que está na seleção brasileira. Apesar da falta de jogadores de prestígio, Parreira não esconde a empolgação com a equipe.
""O time está muito solidário. Agora, temos que mostrar que o Fluminense é o favorito", disse o treinador, após os treinos da equipe na Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do Estado do Rio de Janeiro.
Além do Vila Nova (MG), o Fluminense enfrentará na terceira divisão, pelo Grupo D, o Serra (ES), o Dom Pedro (DF), o Anapolina (GO) e o Goiânia (GO).

Antidoping
Preocupado com o clima que vai enfrentar na Série C, a diretoria do clube decidiu pagar a realização de exames antidoping em seus jogos. Quatro atletas farão os exames -dois de cada time.
A Confederação Brasileira de Futebol não paga os exames da terceira divisão do Nacional. A diretoria do clube gastará cerca de R$ 1.200 por partida.
A entidade, porém, vai ajudar, pela primeira vez, os clubes que vão disputar a Série C.
A CBF vai descontar 3% da renda de todos os jogos da primeira divisão para a criação de um fundo de ajuda nas viagens e hospedagens da Série C.


NA TV - Vila Nova-MG x Fluminense, na Sportv, ao vivo, às 14h



Texto Anterior: Clubes buscam complemento da praia
Próximo Texto: Time manda seus jogos no Maracanã
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.