São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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AUTOMOBILISMO

Ferrarista tenta hoje em Indianápolis melhor resultado de um piloto brasileiro na F-1 desde a era Senna

Barrichello busca o vice, não a história

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A INDIANÁPOLIS

Rubens Barrichello pode garantir hoje o vice-campeonato da F-1 e ser lembrado para sempre pela façanha. Afinal, desde 1993 o país não consegue um resultado tão expressivo no Mundial de Pilotos.
Ou não. Seu feito pode ser totalmente esquecido, caindo na vala comum que sustenta a tese de que "os brasileiros não dão o devido valor para o segundo lugar".
A história mostra que a segunda opção é mais provável. A não ser em casos traumáticos, como os da Copa da França ou do Mundial de F-1 de 1989, o país não se recorda de vices. Ou você lembra que a seleção feminina de vôlei foi vice-campeã mundial em 1994?
Mas Barrichello não liga. Diz não se importar muito com o que as pessoas pensam. E, num momento de autocrítica, dá a entender que sabe que sua imagem no país nunca foi das melhores.
"Cada um tem que ter sua visão da coisa. Pra mim, que é o que importa, o campeonato vai ser lembrado como muito bom, apesar de eu ter perdido pontos no começo. Mas as pessoas têm o direito de lembrar deste Mundial como elas quiserem", afirmou.
"Vejo que minha situação no Brasil está mudando. Hoje, as pessoas entendem que essa guerra, a cada dia, está sendo vencida. E essa mudança só está acontecendo agora, com o terceiro ano de Ferrari e o vice-campeonato", completou, em Indianápolis.
Hoje, a partir das 15h, o circuito recebe o GP dos EUA, penúltima etapa do Mundial de F-1. Ontem, o brasileiro deu mais um passo rumo ao vice ao garantir a segunda posição no grid de largada.
A missão de Barrichello para conseguir o vice-campeonato é fácil: basta chegar em quarto lugar, independentemente das colocações de Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher, os únicos que matematicamente o ameaçam.
O ferrarista, assim, tem tudo para se tornar hoje o quarto piloto brasileiro a ser vice na F-1.
Bicampeão em 72 e 74, Emerson ficou dois anos em segundo lugar: 73 e 75. Nelson Piquet, tricampeão em 81, 83 e 87, foi vice antes de tudo isso, em 80. E Ayrton Senna, tri em 88, 90 e 91, ficou atrás do rival Alain Prost em 89.
A conquista do vice marcaria ainda mais um degrau na evolução de Barrichello desde que chegou à Ferrari. Em 2000, seu primeiro ano na escuderia, ele terminou o campeonato em quarto lugar. Em 2001, ficou em terceiro.
E 2003? "Muita gente não acredita, mas minha luta sempre é para ser campeão", responde.


NA TV - GP dos EUA, na Globo, ao vivo, às 15h



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