São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Renault descarta usar "supermotor"

Gero Breloer/Efe
Pôster de Fernando Alonso, atual campeão da F-1, é exposto no autódromo de Xangai, que receberá no domingo o GP da China


Time tinha trunfo na manga, mas fator confiabilidade pesou para o GP da China, o antepenúltimo do Mundial de F-1

Reação ferrarista, que pôs Schumacher a apenas dois pontos de Alonso, não é suficiente para escuderia francesa alterar estratégia

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI

A Renault até cogitou mudar de postura e apostar em estratégia mais agressiva para o GP da China. Mas optou pela receita antiga: em nome da regularidade que na primeira metade do Mundial lhe deu larga vantagem sobre a Ferrari, a equipe francesa disputará as corridas da Ásia com a versão mais conservadora do seu novo motor.
Se for necessário, a especificação mais potente correrá apenas no Brasil, na etapa decisiva do campeonato. Na avaliação do time, o propulsor agüenta uma corrida completa, mas seria temerário instalá-lo já nos seus carros para correr as etapas de Xangai e de Suzuka.
O regulamento da F-1 determina que cada motor precisa durar duas corridas. Em caso de quebra e troca, o piloto é punido com a perda de dez posições no grid, risco que os franceses preferiram não correr.
Em Xangai, neste fim de semana, os dois pilotos da Renault têm direito a novo propulsor. O mesmo acontece com a dupla de sua rival, a Ferrari.
A idéia de lançar mão de um "supermotor", com a potência extra mantida em sigilo, foi a resposta dos engenheiros franceses à recuperação da escuderia italiana no Mundial.
Em junho, ao fim da primeira metade da temporada, no Canadá, Fernando Alonso tinha 25 pontos de vantagem sobre Michael Schumacher. A folga da Renault para a Ferrari era de 24 pontos. Hoje, a dianteira do espanhol caiu para 2 pontos. O Mundial de Construtores, os italianos já viraram: 168 a 165.
A ameaça, porém, não foi capaz de dobrar os dirigentes. Horas antes do primeiro treino livre em Xangai, eles recuaram. Assim, Alonso e Fisichella correrão na China e no Japão com motores mais fortes do que os anteriores, mas dentro de uma margem de segurança.
Um olhar para o passado recente: foi apostando na confiabilidade que o espanhol dominou a abertura da temporada.
Nas nove primeiras corridas, Alonso foi ao pódio em todas -seis vitórias e três segundos lugares. Nas mesmas provas, Schumacher obteve seis pódios -duas vitórias e quatro segundas posições- e, pecado no atual sistema da F-1, ficou um GP sem pontuar (Austrália).
A reação ferrarista começou na segunda parte do campeonato. Até agora, de seis provas, o heptacampeão venceu quatro. O espanhol, nenhuma. Schumacher só encostou de vez, porém, quando Alonso cometeu o tal pecado: não pontuou na Itália, vítima justamente da quebra do motor.
A força das duas adversárias neste fim de semana começaria a ser medida na madrugada de hoje, com os primeiros treinos livres em Xangai. A sessão que define o grid será realizada na próxima madrugada, a partir das 3h (de Brasília), com TV.
Segundo Alonso, o problema que causou seu abandono não preocupa. "Nos testes depois da corrida descobrimos exatamente a causa da quebra, então não tenho nenhum receio", disse o espanhol, que voltou a criticar o que considera favorecimento da FIA (entidade máxima do automobilismo) a Schumacher e à Ferrari.
"Amo pilotar meu carro, mas repito que a F-1 não é mais um esporte. Há muitas outras coisas envolvidas", completou.
Schumacher, chamado por Alonso de "antidesportista" na semana passada, preferiu não polemizar. "Não tenho que reagir a nada do que ele diz."


Treino oficial para o GP da China Globo, ao vivo, às 3h


Texto Anterior: Xico Sá: Salve Darío Silva, salve Bruno
Próximo Texto: Nš1: Massa diz ter vantagem sobre Raikkonen
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.