São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2000

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PAINEL FC

Vez da arquibancada
O presidente do Corinthians, Alberto Dualib, demorou, mas acabou cedendo às pressões da maior torcida uniformizada do clube, a Gaviões da Fiel. O diretor de futebol, Carlos "Nei" Nujud, maior inimigo da organizada, foi relegado a segundo plano após o fracasso do time na Mercosul e na Copa João Havelange.

Prestígio em queda
Com a indicação de Antonio Roque Citadini para o cargo de vice-presidente de futebol, a tendência é Carlos Nujud perder cada vez mais força. Com a bênção da Gaviões, que já chegou a enterrar o dirigente em protesto em frente ao Parque São Jorge.

Novo alvo
Vencida mais uma batalha contra Dualib, a ordem da Gaviões agora é minar o trabalho de Candinho, que assumiu o time há quatro partidas e perdeu todas. "Ele não era o nosso favorito. Para resolver a situação só mesmo o Felipão", disse o presidente da uniformizada, José Cláudio de Moraes, o Dentinho.

O sonho acabou...
A eliminação do Gama da Copa JH fez a torcida local, empolgada com a liderança do time nas primeiras rodadas, voltar à realidade. O presidente Wágner Marques, no entanto, acredita que alguns árbitros podem ter prejudicado sua equipe e que, se chegar a 28 pontos, terá feito um bom papel.

...o sonho recomeçou
Para o dirigente, ter participado da Copa JH já foi uma vitória. Ele diz que não abrirá mão de permanecer na elite em 2001. O Clube dos 13, por seu lado, afirma que isso não acontecerá em hipótese alguma e que a fraca campanha do clube do DF neste ano revelou que ele fez muito barulho por nada.

Modéstia à parte
Depois de ter feito cinco gols na goleada do Fluminense sobre o Santa Cruz, na última quarta, o atacante Magno Alves perdeu a modéstia. Reivindicou uma vaga na seleção de Leão e agora diz que é o segundo melhor jogador do país. Atrás de Romário, claro.

A mesma praça...
A história deve se repetir. Com quase todos os personagens do imbróglio que por pouco não inviabilizou a realização do Brasileiro-2000, uma disputa na Justiça comum pode parar a Copa João Havelange. O Juventus, derrotado no STJD e eliminado do Módulo Amarelo, deve apelar a um fórum fora do âmbito esportivo para voltar ao torneio.

...o mesmo banco...
Para isso, contratou o advogado Paulo Goyaz, o mesmo que obteve, também por força judicial, a manutenção do Gama na divisão de elite do futebol brasileiro. Do outro lado da disputa, os mesmos que foram derrotados no meio do ano: o Clube dos 13, o STJD (ex-TJD) e a Confederação Brasileira de Futebol.

...as mesmas flores...
O Juventus foi eliminado ao perder os pontos da vitória sobre o Etti Jundiaí, por 5 a 0. No jogo, o time da Moóca escalou Lúcio Wagner, que, segundo o Comitê Executivo da Copa JH, estava suspenso. O Juventus alegou que não houve direito de defesa. Caso seja confirmada sua eliminação, diz Goyaz, não restará opção senão ir à Justiça.

...e o mesmo jardim
A ordem do Clube dos 13 é impedir que um novo "caso Gama" aconteça na Copa JH. Por isso, vai lutar até o fim para que o time da Moóca continue fora. Mas nenhum membro da entidade, nem mesmo seu presidente, Fábio Koff, esconde seu temor de que o tapetão impeça o término do já deficitário torneio criado pela associação dos 20 maiores clubes do país.

Nova força?
Uma nova associação de clubes será aberta oficialmente amanhã. Os 16 principais times do Nordeste decidiram criar a ACFN (Associação dos Grandes Clubes de Futebol do Nordeste) para fortalecer o esporte na região. Os presidentes de Sport, Bahia e Vitória encabeçarão a associação, que não deverá fazer sombra ao Clube dos 13.


E-mail: painelfc.folha@uol.com.br

DIVIDIDA

Do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da CPI do Futebol, sobre a ameaça do Clube dos 13 de parar a Copa JH caso as comissões continuem:
- Mais parada do que ela já está? Esse campeonato é um fracasso total. Ninguém sentirá a menor falta.

CONTRA-ATAQUE
Modesta criatura

Misturada às muitas atrações do clássico de anteontem à noite entre Flamengo e Vasco estava o duelo entre o criador, Romário, 34, e sua criatura, Roma, 18.
O primeiro, atacante do Vasco, na condição de ídolo que conquistou a Copa de Mundo de 1994, serviu de inspiração para o segundo, atacante do Flamengo que na época dava os primeiros passos no futebol. Daí, o apelido Roma, uma abreviatura do nome de Romário.
Fã confesso e sem estrelismo, Roma, também baixinho, prometeu antes do jogo que pediria a camisa do ídolo assim que o juiz determinasse o final do confronto no Maracanã.
Enquanto a bola rolou, a "criatura" foi melhor, sofrendo o pênalti que deu origem ao quarto e último gol da vitória por 4 a 0.
Roma, ao final do jogo, correu atrás do ídolo para pedir a camisa. Era o encerramento perfeito para uma noite de glória.
Mas Romário correu mais rápido que ele, talvez constrangido pela bajulação em uma noite na qual esteve mal. Restou a Roma a resignação.
- Peço outro dia.


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