Se o alvinegro se salvar será porque o Goiás e o Paraná Clube, de novo, colaboraram para o milagre

VERDADE SEJA dita: o Corinthians tem time para cair e merece a queda como poucos. Talvez apenas o América a mereça mais, embora o Juventude não fique atrás e nem mesmo o Paraná Clube e o Goiás.
Na disputa por ver quem é o pior, fica claro que o Corinthians não tem é time nem para disputar, com sucesso, a segunda divisão. Porque tirante o goleiro Felipe e o esforço dos meninos, o Corinthians é a cara de Alberto Dualib, de Vampeta, de Nelsinho, o perplexo permanente, e, certamente, de todos aqueles que apoiaram a MSI.
Contra o Vasco, de novo, foi assim. Um time tão perdido que saiu de campo dizendo que o Vasco só teve uma chance de gol, quando teve mais que o Corinthians, embora precisasse muito menos.
E mesmo com a Fiel apoiando o tempo todo, o time não foi capaz nem sequer de pressionar com um mínimo de organização a equipe carioca, longe de ser respeitável, mas que é tecnicamente muito superior. Por mais que Amaral e Éverton tenham jogado muito melhor do que vinham jogando Iran e Gustavo Nery, o Corinthians esbarrou em seus óbvios limites, como a sua incapacidade de tocar a bola, de armar uma jogada e até mesmo de finalizar com força, porque nem Arce, nem Lulinha, nem Dentinho estão formados para tanto.
A salvação do Corinthians, se vier, será com novo tropeço do Goiás diante do Inter, no Serra Dourada, o mesmo Inter que tanta bronca tem do Corinthians depois de 2005, veja que ironia.
Porque é mesmo pouco provável que o Paraná Clube derrote o Vasco em São Januário, embora seja até mais possível do que uma vitória corintiana sobre o Grêmio, no Olímpico, esta sim, impossível. É, o Corinthians é tão ruim, mas tão ruim, que não dá para apostar nem mesmo na imprevisibilidade natural que o futebol tem.
Claro, Wilson chutou uma bola na trave do Vasco no fim do jogo, Fábio Braz perdeu uma chance na cara de Cássio também nos minutos derradeiros, e Fábio Ferreira deu uma cabeçada perigosa no primeiro tempo. Mas e o Vasco?
Ora, o Vasco obrigou Felipe a fazer pelo menos quatro grandes defesas, duas delas no mesmo lance, também no primeiro tempo. A verdade é que este Corinthians tem tanta cara de segunda divisão que até gandula para jogar bola dentro do campo e atrapalhar contra-ataque vascaíno seus novos dirigentes providenciaram.
Demonstração de que a nova gestão repete a passada, ao menos na falta completa de ética esportiva. O que torna a segunda divisão o menor dos problemas e a permanência na primeira -possível, repita-se, pelo demérito dos outros- apenas uma flagrante injustiça.
Porque, repita-se, outra vez, o Corinthians fez por merecer e faz por merecer, a segunda divisão. De bom, no Pacaembu, só o trabalho da arbitragem, serena, severa e justa, para espantar qualquer suspeita neste sempre suspeito futebol brasileiro.
Ficou tudo para domingo. Saberemos, também, quem ocupará a vaga que resta na Libertadores -a coluna aposta no Palmeiras, mas não descarta o Cruzeiro.

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