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"Me senti um lixo", diz Deola, hostilizado pela própria torcida
DE SÃO PAULO
A torcida do Palmeiras teve papel fundamental na
derrota do próprio time ontem, ante o Fluminense.
Com o gol de Dinei logo no
começo do jogo, os torcedores passaram a xingá-lo e
também a Scolari. Começaram a pressionar os jogadores, que visivelmente ficaram
abalados e intimidados.
"Se o Fluminense não ganhar, o pau vai quebrar", gritava a principal torcida organizada do clube, atrás do gol
defendido pelo goleiro Deola
no primeiro tempo.
Deola, por sinal, foi o mais
execrado. A cada defesa dele,
a torcida se revoltava. Vários
encostaram no vidro que separa a arquibancada do campo para ofendê-lo de perto.
Então começaram a jogar
copos de água em sua direção. Em determinado momento, Deola deixou a grande área para se queixar ao árbitro. No intervalo, deixou o
campo vaiado pela própria
torcida palmeirense.
"Me senti um lixo, mas lixo
é uma palavra muito forte.
Nunca tinha passado por isso
na minha vida", disse Deola,
27. "Foi constrangedor. Prefiro pensar que quem foi xingado foi o goleiro do Palmeiras. Sabia das minhas obrigações e fiz o meu melhor."
Scolari, após o jogo, saiu
em defesa do goleiro. "Ele
pode ter saído magoado, mas
saiu com um grande conceito
em todo o Brasil, mostrou
personalidade. É absurdo, ridículo a torcida pedir para fazer uma coisa errada em jogo
de futebol", disse o técnico.
"Se a verdadeira torcida
do Palmeiras já tinha um
conceito sobre o Deola, agora
tem que elevar muito mais
este conceito. Não temos que
nos preocupar em favorecer
alguém", disse.
(LR e RBU)
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