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AUTOMOBILISMO
Estatal já negocia com três equipes para manter dupla de pilotos brasileiros na F-3000 a partir de 1999
Petrobrás quer time na "escola' da F-1
FÁBIO SEIXAS
da Reportagem Local
A Petrobrás pretende manter no
próximo ano um time na F-3000, a
categoria de acesso à F-1. O objetivo da estatal é encaixar na equipe
dois pilotos brasileiros, Max Wilson e Bruno Junqueira, com quem
mantém contratos de patrocínio.
A empresa negocia com três grupos ingleses: Draco e Supernova,
times que já estão na F-3000, e com
a Williams, que tem planos de seguir o exemplo da McLaren e lançar sua equipe júnior na categoria.
Os contatos com a Williams têm
prioridade. Desde a metade da última temporada da F-1, a empresa
brasileira fornece combustível para a equipe inglesa. O contrato tem
validade por mais um ano.
"Em termos de visibilidade, seria
melhor para nós conseguir uma
associação com a Williams", diz
Claudio Thompson, coordenador
da Comissão de Esporte a Motor
da Petrobrás. "E sabemos que eles
também têm interesse em lançar
uma equipe na F-3000."
Segundo Thompson, a empresa
quer ter um forte relacionamento
com algum time.
"Não pensamos em comprar
uma equipe, uma estrutura. Mas
também não queremos ser simples
patrocinadores. Queremos um
vínculo maior", afirma. "A equipe
teria o nome Petrobrás-Supernova, por exemplo."
A Petrobrás também planeja
usar seu óleo, desenvolvido durante este ano, nos carros da equipe
com a qual se associar.
Na última temporada, a Petrobrás patrocinou o carro de Wilson
na equipe Edenbridge. Também
colocou sua logomarca no carro de
Junqueira, na Draco.
O resultado, porém, foi frustrante. Wilson ficou em nono lugar no
campeonato, com nove pontos.
Junqueira foi o 17º, com três.
"Uma equipe com dois pilotos
brasileiros certamente teria um
efeito mais positivo. Apesar da rivalidade que existe, sempre é mais
fácil trabalhar com uma pessoa do
seu país", afirmou Wilson.
Quinto colocado em sua primeira temporada na F-3000, no ano
passado, Wilson foi o maior beneficiado até agora com o acordo Williams-Petrobrás na F-1.
Neste ano, dividiu com o colombiano Juan Pablo Montoya a vaga
de piloto de testes da escuderia inglesa. A partir de terça-feira, em
Barcelona, já estará de volta ao
cockpit do FW20, testando algumas inovações para 99.
²
"Escola'
Criada com a vocação de formar
pilotos e pessoal técnico para a F-1,
a F-3000 vem recebendo cada vez
mais atenção da FIA (entidade máxima do automobilismo).
A cada ano, mais os calendários
das duas categorias se aproximam.
Neste ano, por exemplo, a F-3000
correu pela primeira vez na pista
de rua de Mônaco, como preliminar da F-1. O encerramento da
temporada foi em Nurburgring,
foco da mídia especializada no fim
de setembro, com o duelo Schumacher x Hakkinen.
No ano passado, a McLaren detonou um processo que passou a
ser apontado como tendência para
as próximas temporadas: o lançamento de uma equipe júnior.
Batizada com o nome de seu patrocinador, a West foi vice-campeã
em seu ano de estréia, com o alemão Nick Heidfeld.
Sauber e Prost já seguiram os
passos da McLaren e também controlarão suas equipes na F-3000 a
partir de 1999, respectivamente,
Red Bull e Apomatox.
A aproximação da "categoria-mãe" gerou ainda um forte rumor:
a mudança no nome da categoria
para F-1 Júnior.
Um anúncio oficial era aguardado após a reunião do Conselho
Mundial da FIA, em outubro. Até
agora, nada foi divulgado.
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