São Paulo, domingo, 29 de novembro de 1998

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AUTOMOBILISMO
Estatal já negocia com três equipes para manter dupla de pilotos brasileiros na F-3000 a partir de 1999
Petrobrás quer time na "escola' da F-1

FÁBIO SEIXAS
da Reportagem Local

A Petrobrás pretende manter no próximo ano um time na F-3000, a categoria de acesso à F-1. O objetivo da estatal é encaixar na equipe dois pilotos brasileiros, Max Wilson e Bruno Junqueira, com quem mantém contratos de patrocínio.
A empresa negocia com três grupos ingleses: Draco e Supernova, times que já estão na F-3000, e com a Williams, que tem planos de seguir o exemplo da McLaren e lançar sua equipe júnior na categoria.
Os contatos com a Williams têm prioridade. Desde a metade da última temporada da F-1, a empresa brasileira fornece combustível para a equipe inglesa. O contrato tem validade por mais um ano.
"Em termos de visibilidade, seria melhor para nós conseguir uma associação com a Williams", diz Claudio Thompson, coordenador da Comissão de Esporte a Motor da Petrobrás. "E sabemos que eles também têm interesse em lançar uma equipe na F-3000."
Segundo Thompson, a empresa quer ter um forte relacionamento com algum time.
"Não pensamos em comprar uma equipe, uma estrutura. Mas também não queremos ser simples patrocinadores. Queremos um vínculo maior", afirma. "A equipe teria o nome Petrobrás-Supernova, por exemplo."
A Petrobrás também planeja usar seu óleo, desenvolvido durante este ano, nos carros da equipe com a qual se associar.
Na última temporada, a Petrobrás patrocinou o carro de Wilson na equipe Edenbridge. Também colocou sua logomarca no carro de Junqueira, na Draco.
O resultado, porém, foi frustrante. Wilson ficou em nono lugar no campeonato, com nove pontos. Junqueira foi o 17º, com três.
"Uma equipe com dois pilotos brasileiros certamente teria um efeito mais positivo. Apesar da rivalidade que existe, sempre é mais fácil trabalhar com uma pessoa do seu país", afirmou Wilson.
Quinto colocado em sua primeira temporada na F-3000, no ano passado, Wilson foi o maior beneficiado até agora com o acordo Williams-Petrobrás na F-1.
Neste ano, dividiu com o colombiano Juan Pablo Montoya a vaga de piloto de testes da escuderia inglesa. A partir de terça-feira, em Barcelona, já estará de volta ao cockpit do FW20, testando algumas inovações para 99.
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"Escola' Criada com a vocação de formar pilotos e pessoal técnico para a F-1, a F-3000 vem recebendo cada vez mais atenção da FIA (entidade máxima do automobilismo).
A cada ano, mais os calendários das duas categorias se aproximam.
Neste ano, por exemplo, a F-3000 correu pela primeira vez na pista de rua de Mônaco, como preliminar da F-1. O encerramento da temporada foi em Nurburgring, foco da mídia especializada no fim de setembro, com o duelo Schumacher x Hakkinen.
No ano passado, a McLaren detonou um processo que passou a ser apontado como tendência para as próximas temporadas: o lançamento de uma equipe júnior.
Batizada com o nome de seu patrocinador, a West foi vice-campeã em seu ano de estréia, com o alemão Nick Heidfeld.
Sauber e Prost já seguiram os passos da McLaren e também controlarão suas equipes na F-3000 a partir de 1999, respectivamente, Red Bull e Apomatox.
A aproximação da "categoria-mãe" gerou ainda um forte rumor: a mudança no nome da categoria para F-1 Júnior.
Um anúncio oficial era aguardado após a reunião do Conselho Mundial da FIA, em outubro. Até agora, nada foi divulgado.



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