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FUTEBOL
Até setembro, clube registrou R$ 12,1 milhões de empréstimos bancários
Em 9 meses, Corinthians deve R$ 4,6 mi só de juros
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas nos primeiros nove meses de 2004 o Corinthians acumulou R$ 4,6 milhões em juros referentes a empréstimos bancários.
O valor está no balanço deste
ano apresentado e aprovado pelos
conselheiros do clube na última
reunião de 2004. O documento revela as contas até setembro.
A crise financeira foi o principal
motivo que levou o presidente Alberto Dualib a assinar a parceria
com a MSI, que promete dar US$
20 milhões para quitar dívidas.
O dinheiro que gastará com juros seria suficiente para a equipe
cobrir quase três meses de salários dos atletas. O gasto mensal
atualmente é de R$ 1,8 milhão.
Em setembro, o Corinthians
anotava R$ 12,1 milhões em empréstimos. Metade desse valor foi
avalizada por Dualib, com Antonio Roque Citadini, que já não
trabalha mais no departamento
de futebol, mas segue como vice
por ter sido eleito (o afastamento
não foi anunciado oficialmente).
Na maioria das vezes, a diretoria
recorreu aos bancos para não
atrasar os salários dos jogadores.
A quantia emprestada por instituições financeiras ao clube do
Parque São Jorge é astronômica,
se comparada com as finanças de
alguns de seus concorrentes.
No balanço de 2003 (o deste ano
ainda não foi divulgado), o Palmeiras declarou empréstimos no
valor de R$ 2,3 milhões. Em janeiro de 2004, os corintianos tinham
R$ 7,7 milhões para devolver.
Os santistas também precisaram recorrer bem menos aos bancos em 2003. Usaram o recurso
para obter R$ 3,3 milhões.
Pegar dinheiro emprestado é
uma prática corriqueira para o vice financeiro corintiano, Carlos
Roberto de Mello, apontado pelos
opositores como principal responsável pelas dívidas do clube,
em torno de R$ 20 milhões (com
processos trabalhistas esse valor
pode chegar a R$ 60 milhões). A
MSI pediu sua substituição após
auditoria, mas o presidente Alberto Dualib conseguiu mantê-lo.
A Folha telefonou ontem das
15h até as 18h45 para Mello, mas
ele não atendeu às ligações.
O dirigente costuma dizer que
fazer empréstimos é uma prática
normal. Anteontem, ele falou sobre as dificuldades para manter as
contas do futebol em dia. "Antigamente, era mais fácil vender um
jogador por um bom valor a um
clube europeu e sanear as finanças. Hoje, isso é raro", disse Mello.
O dirigente afirma que, mesmo
sem receber os US$ 20 milhões
prometidos pela MSI para o pagamento de dívidas, o Corinthians
termina o ano sem atrasar seus
compromissos com os atletas. A
demora para a chegada do dinheiro aumenta a cada dia os juros.
Hoje, o clube espera anunciar a
renovação de contrato de Tite.
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