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FUTEBOL
Considerado um dos revolucionários da preparação física, ele iria trabalhar com Zagallo no time paulista
Chirol morre antes de assumir a Lusa
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
O preparador físico Admildo
Chirol, 64, morreu ontem, por volta das 8h30, depois de sofrer um
infarto fulminante.
Chirol se apresentaria hoje à Lusa. Ele seria o auxiliar técnico de
Mario Jorge Lobo Zagallo, que na
semana passada acertou contrato
com o time paulista por seis meses
e que será apresentado hoje.
Chirol foi considerado um dos
revolucionários da preparação física ao comandar o setor na seleção brasileira na Copa de 1970.
Ele disputou cinco Mundiais.
Participou pela seleção brasileira
das Copas de 70, 74 e 78. Em 82, foi
preparador físico da seleção do
Kuait, comandada por Carlos Alberto Parreira.
Neste ano, ele disputou a Copa
do Mundo pela Arábia Saudita,
também com Carlos Alberto Parreira. Chirol ocupou o cargo de
coordenador técnico.
Além de disputar três Copas pela
seleção brasileira, Chirol trabalhou em outras competições pela
equipe nacional.
Sua principal decepção na carreira foi ter sido afastado da seleção
no final da preparação da equipe
para a disputa da Copa de 1994,
realizada nos EUA.
Ele caiu após ter sido denunciado
como funcionário-fantasma da
Câmara de Vereadores do Rio.
O preparador físico, que iniciou
a carreira no futebol no América-RJ, também trabalhou no Botafogo, no Flamengo e no Vasco, entre
outros clubes no país e no exterior.
O último título da carreira de
Chirol foi o Campeonato Brasileiro de 1995, quando ocupava o cargo de supervisor no Botafogo.
No Vasco, ele lançou o atacante
Roberto Dinamite em 1972. Na
ocasião, ocupava o cargo de treinador no clube.
A morte do preparador físico foi
fulminante. Ao acordar ontem, ele
reclamou de fortes dores no peito e
foi levado por parentes para uma
clínica no Recreio dos Bandeirantes, na zona sul da cidade.
Segundo parentes, Chirol, que
fumava, chegou quase morto ao
local, e os médicos não conseguiram ressuscitá-lo.
Mestre
O enterro de Chirol reuniu cerca
de 200 pessoas no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona
oeste do Rio.
"O Chirol foi o meu professor.
Foi ele quem me lançou na seleção
em 1970. Ele foi um mestre como
profissional e na arte de viver",
disse Carlos Alberto Parreira, que
viajou de Angra dos Reis, no litoral
do Estado do Rio, para participar
do sepultamento do amigo. Parreira é o novo técnico do Fluminense.
Os técnicos do Flamengo, Evaristo de Macedo, do Botafogo, Valdyr
Espinosa, e do Vasco, Antônio Lopes, também foram ao velório do
preparador físico.
"Estou prestando a última homenagem a quem serviu o futebol
brasileiro. Hoje (ontem) é um dia
de pena para o futebol nacional",
disse o ex-presidente da Fifa João
Havelange, que também esteve no
velório de Chirol.
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