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FUTEBOL
Seleção quase definida
TOSTÃO
COLUNISTA DA FOLHA
Ao contrário do que a
maioria diz, o time titular do
Brasil está quase definido para a
Copa. As dúvidas são somente na
posição de volante, ao lado do
Emerson, e sobre a presença do
Ronaldo. Se o Vampeta voltar a
jogar bem será o titular.
Baseado nessa e nas últimas
convocações para as eliminatórias, o time seria formado por
Marcos, três zagueiros (Lúcio, Edmílson e Roque Júnior), dois alas
(Cafu e Roberto Carlos), dois volantes (Emerson e mais um) e um
armador (Rivaldo) na ligação
com os dois atacantes (Luizão e
Edílson ou Ronaldo). Do time que
atuará amanhã contra a Bolívia,
somente Luizão ou Edilson -ou
ambos- seriam titulares.
Dida, Belletti, Cris, Juan, Serginho, Juninho e Denílson estão
quase garantidos no grupo.
Faltam apenas quatro ou cinco
vagas, mais ou menos 20% a
30%, como diz o Felipão. Esse e
outros amistosos servirão para
definir os 23.
Na minha opinião, faltam
França, Ricardinho do Corinthians e Romário, além do Juninho Pernambucano, que provavelmente não será chamado entre
os "estrangeiros".
Felipão gosta de um atacante finalizador como Luizão, Washington e Jardel e outro veloz pelas laterais, como Edílson, Marques, Denílson e Euller. Melhor
assim do que jogar com Edílson e
Rivaldo ou Marcelinho Paraíba,
sem um centroavante, como escalou o próprio Scolari em alguns
jogos das eliminatórias.
Infelizmente, com suas habilidades e multiplicidade de qualidades, França e Ricardinho não
fazem o estilo do treinador. Juninho Pernambucano tem todas as
qualidades para ser o segundo volante, principalmente no esquema com três zagueiros. Ele marca,
apóia e finaliza bem.
O repertório do técnico resume-se em muita marcação no meio-campo, velocidade nos contra-ataques, cruzamentos das laterais
e jogadas de bola parada. Tudo
isso é importante, mas faltam as
jogadas curtas, tabelas, trocas de
passes e dribles.
A seleção argentina mostra que
a reunião de todas essas características é essencial, pois elas são
complementares.
Sempre defendi a idéia de que
Romário não deveria jogar nas
eliminatórias para que se preparasse um substituto. Se ele estivesse em forma na época do Mundial
obviamente seria chamado.
Se o Brasil tivesse formado uma
excelente seleção, poucos reclamariam a presença do Romário.
Hoje, sem Ronaldo e com o Baixinho fazendo gols, é necessária a
sua presença. Não se pode é escalá-lo (ou o Ronaldo) sem boas
condições físicas e técnicas.
Felipão não disse, mas as evidências são de que Romário está
praticamente fora do Mundial.
Ele só terá chances se continuar
fazendo gols, se Ronaldo não se
recuperar e os atuais atacantes
fracassarem. Aí, a pressão será
enorme!
Será que Scolari vai resistir?
Show de talento
Na partida Vasco x São Paulo,
os ataques deram show nas defesas. Do primeiro ao último minuto. Os cinco gols poderiam ter
acontecido no primeiro tempo e
mais cinco no segundo. Houve
três pênaltis não marcados: dois a
favor do Vasco e um para o São
Paulo, fora os impedimentos incorretamente assinalados.
As defesas levaram um baile
não somente por causa da qualidade individual dos atacantes,
mas também pela péssima marcação. Havia grandes buracos no
setor defensivo, principalmente
nas costas dos laterais e/ou entre
os laterais e zagueiros.
A maioria dos laterais brasileiros só quer atacar. Estão sempre
mal posicionados e/ou não sabem
fazer a cobertura dos zagueiros
em diagonal. Felipão já disse isso.
Esse foi um dos motivos de o técnico escolher o esquema com três
zagueiros.
Outra opção seria que um lateral se posicionasse como um terceiro zagueiro, enquanto o outro
atacasse. Nelsinho pediu isso na
partida contra o Vasco, mas os jogadores não cumpriram. Não fizeram porque não sabem.
Por isso, talentosos laterais brasileiros só atuam na Itália na posição de alas (Cafu, Júnior) ou jogam no meio-campo (Serginho).
Os técnicos italianos não admitem jogar como no Brasil, com
dois zagueiros e os laterais avançando. Eles sabem que não dá
tempo para os volantes fazerem a
cobertura.
Gostaria de ter visto a partida
entre Vasco e São Paulo somente
como um amante do belo futebol,
sem preocupações táticas. Mas,
por hábito e obrigação de comentarista, vi, além de belíssimas jogadas, uma sucessão de erros.
E-mail: tostao.folha@uol.com.br
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