São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

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BASQUETE

Time bate São Caetano, fecha série final em 3 a 0 e termina temporada perfeita, com 48 jogos sem derrotas no país

Invencível, Ourinhos é 1º bi do Nacional

Wander Roberto/Divulgação
A pivô cubana Lisdeivi tenta escapar de marcação no jogo que deu o título a seu time, o Ourinhos


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em uma final previsível, o Nacional feminino foi encerrado ontem com o título do Ourinhos. Sem ser ameaçada, a equipe do interior bateu o São Caetano por 70 a 55 e conquistou o troféu pelo segundo ano consecutivo.
É a primeira vez na história que um clube ganha o bicampeonato do Nacional, criado em 1998. Em Brasileiros de basquete, tal fato não ocorre desde a formação do supertime da Ponte Preta, com Paula e Hortência, bicampeão da antiga Taça Brasil em 1994/95.
Ontem, nem o São Caetano acreditava que pudesse superar o Ourinhos. O time do interior encerrou uma temporada perfeita: colocou em sua sala de troféus o Paulista e o Nacional e agora ostenta uma invencibilidade de 48 partidas oficiais no país.
"Fomos um bom "sparring'", resumiu o técnico Norberto da Silva, o Borracha, do São Caetano.
"Temos que repensar o feminino. É preciso voltar a ter ranqueamento, para motivar mais o campeonato", completou o treinador.
Do lado do Ourinhos, a avaliação não era muito diferente.
"Montamos o time para ser campeão, mas prefiro ter competitividade. Motiva mais as equipes. Não acho legal quando alguém sai", analisa Antonio Alves Passos, presidente do Ourinhos, referindo-se ao Americana, último rival a vencer sua equipe, que acabou com o time adulto.
Organizadora do Nacional, a Confederação Brasileira de Basquete nem chegou a estabelecer datas para a quarta e quinta partidas decisivas, tal era a certeza de que o mata-mata seria encerrado ontem, com o 3 a 0 do Ourinhos.
Sem crer que seu time pudesse surpreender, a torcida local esteve longe de lotar o acanhado ginásio Joaquim Cambaúba Rabello, no ABC. No início do confronto, era possível até contar o número de mortais na arquibancada: 214.
Menos numerosos -um ônibus levou 55 torcedores-, os ourinhenses faziam mais barulho.
Dentro da quadra, a situação não era muito melhor. As goteiras do ginásio obrigaram os responsáveis pela partida a colocar tufos de papel higiênico no piso, para evitar que as jogadoras sofressem queda e se machucassem.
A precaução não evitou acidentes. Em lance do segundo quarto, Vivian, do São Caetano, roubou a bola de Micaela. A armadora, contudo, escorregou logo em seguida e perdeu o controle da bola.
Foi o suficiente para a torcida da equipe visitante comparar a arena com uma "caixa d'água".
Dependendo excessivamente das penetrações de Vivian e dos deslocamentos de Fabianna, o São Caetano dominou apenas o primeiro quarto do confronto, que terminou com vitória por 18 a 16 do clube mandante.
Com duas atletas apresentando fraco desempenho -a ala Sílvia Gustavo e a pivô Maristela-, Borracha foi obrigado a usar o banco, pondo para atuar Simone Lima e Leão. A dupla foi melhor do que as titulares, contribuindo com 12 e dez pontos, respectivamente, para o total da equipe.
As opções do treinador, no entanto, não iam muito além disso. Fabianna, destaque do São Caetano no primeiro tempo, foi obrigada a permanecer em quadra durante os 40 minutos. Não pontuou no segundo tempo. O Ourinhos, por sua vez, pôde fazer mais trocas. Das 11 jogadoras do banco, dez atletas atuaram ontem.
A vantagem do banco se refletiu na quadra. No segundo quarto, as visitantes já dominavam o placar.
A intensidade do jogo foi decisiva para a derrocada do São Caetano. Cansado, o time errou excessivamente no último quarto. Em lances bisonhos, Simone Lima e Leão chegaram até a arriscar bolas que nem tocaram no aro.
Micaela, do Ourinhos, eleita a melhor atleta do Nacional, foi a cestinha ontem, com 23 pontos.
"Nosso time era favorito, mas tivemos a responsabilidade de confirmar isso. Esse é meu décimo título de Brasileiro, mas é como se fosse o primeiro", afirmou o técnico Antonio Carlos Vendramini, do Ourinhos, ganhador de seis Taças Brasil e quatro Nacionais.


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