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VÔLEI
Quarentões em ação
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Na semana em que o futebol
celebrou os 40 anos de Romário, o vôlei também mostrou a
sua porção quase quarentona.
O atacante Carlão, que faz 40
anos em abril, e o oposto Gílson,
37, estrearam na Superliga na última semana. Carlão defende o líder Florianópolis. Gílson é o reforço da Ulbra/Ferraz.
Os dois foram jogadores que fizeram história. Desequilibram
partidas, ganharam muitos títulos. Carlão, famoso por sua garra
e liderança, foi o capitão da seleção campeã olímpica em 92. Gílson foi possivelmente o atacante
com a mão mais pesada do vôlei
brasileiro. Seu ataque era uma
verdadeira tijolada.
Carlão é o reforço do time que é
a grande surpresa da Superliga. O
Florianópolis, do técnico Renan, é
o dono da melhor campanha: em
13 jogos, tem duas derrotas. A
equipe tem dois grandes destaques da nova geração: o levantador Bruninho e o central Sidão.
Bruninho, 19 anos e 1,90 m,
aparece nas estatísticas como o
melhor levantador do torneio.
Tem jogo rápido e boa distribuição de bolas. Sidão, 23 anos e 2,03
m, é o paredão da equipe e da Superliga. Nesse time, Carlão contribui com a experiência e se entrar
em quadra será para algumas
passagens de rede.
Gílson foi para uma equipe com
mais problemas na tabela. A Ulbra/Ferraz, comandada por Ricardo Navajas, faz uma campanha bem irregular. Em 13 jogos,
venceu apenas seis e ocupa a sétima colocação. No sábado, sofreu
surpreendente derrota para o
Santo André por 3 sets a 1.
Gílson, que também já não é o
mesmo, vai ter que mostrar trabalho. A luta pela posição de
oposto será árdua. O titular é
Xanxa, 27 anos e média de 18
pontos por jogo. Na última semana, Xanxa foi homenageado por
chegar aos 2.331 pontos na Superliga, tornando-se o maior pontuador da história do torneio.
Xanxa, jogador da geração
campeã mundial juvenil em 95,
vive uma de suas melhores temporadas. O atacante, que já passou por três cirurgias no joelho direito e na última pensou até em
deixar o vôlei, não sofreu nenhuma lesão este ano e participou de
todos os jogos. Gílson não terá vida fácil na Ulbra.
Sem veteranos, o Minas tem se
segurado firme na segunda posição. O que tem impressionado na
equipe é a quantidade e a qualidade de novos atletas. Sábado,
contra o São Leopoldo, por exemplo, o técnico Jon Uriarte colocou
no time titular Wanderson, um
oposto de 17 anos e 1, 93 m.
Com ele em quadra no lugar de
Leandro, oposto que tem se destacado, a equipe venceu os dois primeiros sets. Com essas experiências, Uriarte quer formar um time
que possa contar com mais de seis
jogadores com condições de titulares. Com tantas opções, o Minas
é um grande candidato ao título.
O enigma é a Unisul, do técnico
Zé Roberto Guimarães. No papel,
era a favorita. Na prática, tem
tropeçado. O levantador Vinhedo, destaque da última Superliga,
ainda não se acertou com o time e
foi para o banco. O titular agora é
Jotinha. Na última rodada, a
Unisul venceu o Banespa e subiu
para o quarto lugar.
Novos rumos
O atacante Marcelo Negrão, 33, tinha planos de jogar na quadra até
quando agüentasse e só depois se transferir para o vôlei de praia. Por
causa do filho Gabriel, que sofria com o frio europeu, resolveu deixar
a Itália. De volta ao Brasil, mudou os planos. Já está treinando na
praia e quer estrear no Circuito Brasileiro em março.
Patrocínio
Negrão já escolheu o parceiro. É o pernambucano Murilo Teixeira,
décimo colocado no ranking brasileiro. O jogador agora está em busca de um patrocinador. Por enquanto, já fez um acordo com a prefeitura do Guarujá: poderá treinar e usar um espaço na praia da Enseada para placas de futuros patrocinadores. Em troca, dará aulas de vôlei às crianças carentes.
E-mail cidasan@uol.com.br
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