São Paulo, segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

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VÔLEI

Quarentões em ação

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Na semana em que o futebol celebrou os 40 anos de Romário, o vôlei também mostrou a sua porção quase quarentona.
O atacante Carlão, que faz 40 anos em abril, e o oposto Gílson, 37, estrearam na Superliga na última semana. Carlão defende o líder Florianópolis. Gílson é o reforço da Ulbra/Ferraz.
Os dois foram jogadores que fizeram história. Desequilibram partidas, ganharam muitos títulos. Carlão, famoso por sua garra e liderança, foi o capitão da seleção campeã olímpica em 92. Gílson foi possivelmente o atacante com a mão mais pesada do vôlei brasileiro. Seu ataque era uma verdadeira tijolada.
Carlão é o reforço do time que é a grande surpresa da Superliga. O Florianópolis, do técnico Renan, é o dono da melhor campanha: em 13 jogos, tem duas derrotas. A equipe tem dois grandes destaques da nova geração: o levantador Bruninho e o central Sidão.
Bruninho, 19 anos e 1,90 m, aparece nas estatísticas como o melhor levantador do torneio. Tem jogo rápido e boa distribuição de bolas. Sidão, 23 anos e 2,03 m, é o paredão da equipe e da Superliga. Nesse time, Carlão contribui com a experiência e se entrar em quadra será para algumas passagens de rede.
Gílson foi para uma equipe com mais problemas na tabela. A Ulbra/Ferraz, comandada por Ricardo Navajas, faz uma campanha bem irregular. Em 13 jogos, venceu apenas seis e ocupa a sétima colocação. No sábado, sofreu surpreendente derrota para o Santo André por 3 sets a 1.
Gílson, que também já não é o mesmo, vai ter que mostrar trabalho. A luta pela posição de oposto será árdua. O titular é Xanxa, 27 anos e média de 18 pontos por jogo. Na última semana, Xanxa foi homenageado por chegar aos 2.331 pontos na Superliga, tornando-se o maior pontuador da história do torneio.
Xanxa, jogador da geração campeã mundial juvenil em 95, vive uma de suas melhores temporadas. O atacante, que já passou por três cirurgias no joelho direito e na última pensou até em deixar o vôlei, não sofreu nenhuma lesão este ano e participou de todos os jogos. Gílson não terá vida fácil na Ulbra.
Sem veteranos, o Minas tem se segurado firme na segunda posição. O que tem impressionado na equipe é a quantidade e a qualidade de novos atletas. Sábado, contra o São Leopoldo, por exemplo, o técnico Jon Uriarte colocou no time titular Wanderson, um oposto de 17 anos e 1, 93 m.
Com ele em quadra no lugar de Leandro, oposto que tem se destacado, a equipe venceu os dois primeiros sets. Com essas experiências, Uriarte quer formar um time que possa contar com mais de seis jogadores com condições de titulares. Com tantas opções, o Minas é um grande candidato ao título.
O enigma é a Unisul, do técnico Zé Roberto Guimarães. No papel, era a favorita. Na prática, tem tropeçado. O levantador Vinhedo, destaque da última Superliga, ainda não se acertou com o time e foi para o banco. O titular agora é Jotinha. Na última rodada, a Unisul venceu o Banespa e subiu para o quarto lugar.

Novos rumos
O atacante Marcelo Negrão, 33, tinha planos de jogar na quadra até quando agüentasse e só depois se transferir para o vôlei de praia. Por causa do filho Gabriel, que sofria com o frio europeu, resolveu deixar a Itália. De volta ao Brasil, mudou os planos. Já está treinando na praia e quer estrear no Circuito Brasileiro em março.

Patrocínio
Negrão já escolheu o parceiro. É o pernambucano Murilo Teixeira, décimo colocado no ranking brasileiro. O jogador agora está em busca de um patrocinador. Por enquanto, já fez um acordo com a prefeitura do Guarujá: poderá treinar e usar um espaço na praia da Enseada para placas de futuros patrocinadores. Em troca, dará aulas de vôlei às crianças carentes.

E-mail cidasan@uol.com.br


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