São Paulo, sábado, 30 de janeiro de 2010

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Time de Marta fecha, mas ela fica nos EUA neste ano

Contrato da brasileira com o Los Angeles Sol, que anunciou o fim das atividades, é transferido para a liga americana

Santos expressa desejo de trazer a melhor do mundo de volta, mas agente diz que ela continuará fora do país por mais duas temporadas

MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A melhor jogadora de futebol está temporariamente sem clube, e a maior liga feminina do mundo perdeu uma de suas principais franquias. O Los Angeles Sol, que com Marta chegou ao vice-campeonato em 2009 da liga americana, a WPS, anunciou anteontem à noite o encerramento de suas atividades. Proprietários da franquia negociavam sua venda, mas a tentativa foi fracassada.
"Trabalhamos arduamente no último mês para completar a transação. No fim, ficamos sem tempo hábil para obter fundos suficientes para manter o Sol", disse Tonia Antonucci, presidente da liga, acrescentando que tentará dar um novo time a Los Angeles em 2011.
Apesar do baque, a segunda temporada da WPS, que começa em 11 de abril, deve ter Marta em campo. O agente da jogadora, Fabiano Farah, afirma que ela não ficará sem time nos EUA. De acordo com ele, o contrato da atacante com a franquia de Los Angeles foi transferido para a WPS e Marta certamente jogará em solo americano por mais duas temporadas.
"A Marta tinha contrato com o Los Angeles Sol até 2011. Como a WPS assumiu a responsabilidade pelo contrato, ela ficará mais dois anos nos EUA. Estou conversando diretamente com a presidente da liga para definir qual será a nova equipe de Marta", disse Farah, que não quis especificar quais equipes estariam interessadas.
Na próxima quinta-feira, a WPS promoverá um minidraft, que servirá para distribuir as jogadoras do Los Angeles Sol entre as outras franquias.
O Atlanta Beat, que estreará na liga nesta temporada, tem a preferência na escolha. Mas é possível que a franquia não opte pela jogadora brasileira, que foi eleita quatro vezes a melhor do mundo pela Fifa.
Marta é a jogadora que tem o maior salário da liga -US$ 500 mil (o equivalente a R$ 937 mil) por ano-, e a equipe, como estreante, não deve possuir verba suficiente para bancá-la.
Ontem, o Santos, time pelo qual Marta jogou de setembro a novembro do ano passado, demonstrou interesse em trazê-la de volta ao Brasil por empréstimo já no primeiro semestre.
"Ela está de férias na Suécia e deve voltar depois do dia 5 de fevereiro [próxima sexta-feira]. Queremos conversar com ela e com seu agente e tentar antecipar seu retorno", afirmou Murilo Barletta, diretor de futebol feminino do Santos.
Segundo o dirigente, a jogadora, quando saiu do Santos, deu indícios de que voltaria após o fim da temporada nos EUA. Mas, com a extinção do Los Angeles Sol, o clube litorâneo quer contar com Marta para a disputa do Paulista.
Para viabilizar o pagamento do alto salário de Marta, o Santos usaria a mesma engenharia financeira que utilizou para repatriar o atacante Robinho.
"[O salário] é um problema. Mas podemos procurar patrocinadores para pagá-lo. Foi isso o que aconteceu na última temporada. O patrocinador do time feminino foi quem bancou os salários da Marta", afirmou Barletta, esperançoso.


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