FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MELBOURNE

No princípio, era a novidade. Agora, é o desempenho. Na pista em que largaram para vencer seus primeiros Mundiais de Pilotos e de Construtores, em 2005, Fernando Alonso e a Renault podem começar a viver nos próximos dias uma nova era. Mais madura, buscando recordes de performance, não só de precocidade.
Após se tornar nos últimos anos o mais jovem piloto a conquistar uma pole, a liderar uma prova (ambas no GP da Malásia-03), a cravar melhor volta (Canadá-03, recorde batido neste mês por Nico Rosberg), a vencer (Hungria-03) e a conquistar um título (Brasil-05), o espanhol tenta, neste final de semana, obter sua primeira marca cumulativa importante.
Caso fique entre os três primeiros no GP da Austrália, na madrugada de domingo, Alonso alcançará o nono pódio consecutivo na F-1. A série começou com o segundo lugar na Turquia, em setembro, e engloba duas vitórias.
Na história da categoria, só quatro pilotos conseguiram tal seqüência: Michael Schumacher, Jim Clark, Niki Lauda e Nelson Piquet. O heptacampeão é o recordista disparado, com 19 corridas seguidas no pódio. Os outros três não passaram dos nove GPs.
Não por coincidência, Alonso já começa a cobrar mais respeito pelo que vem fazendo na F-1. "Até o ano passado, as pessoas olhavam para mim como um jovem talento. Agora, precisam me ver como o que sou, campeão mundial. Não preciso mais provar nada", declarou o espanhol de 24 anos.
A Renault também pode sair de Melbourne com uma marca significativa, resultado direto da boa fase em 2005 e no início de 2006.
Uma vitória e o time francês superará os 27 triunfos da Benetton, a quem sucedeu na categoria. O próximo passo, inevitável, será ultrapassar a Brabham e se tornar o quinto maior vencedor da F-1.
O primeiro treino livre do GP da Austrália, terceira etapa do Mundial, acontece às 21h (de Brasília).
Para Alonso, seu grande adversário no final de semana será o mesmo da primeira etapa, o GP do Bahrein: "Acho que o Michael virá com muita força para essa corrida, mas nós mostramos no ano passado que sabemos trabalhar bem nessa pista."
Para a Austrália, a Ferrari trocou o aerofólio dianteiro de seus carros, após ser acusada pelas rivais de usar uma asa móvel.