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Estádio infla preço de terreno
Local cobiçado pelo Corinthians custou R$ 6,7 mi a atuais donos, que pedem mais de R$ 100 mi
Especialistas em avaliação imobiliária consideram que preço do imóvel localizado na marginal Tietê é de,
no máximo, R$ 65 milhões
Eduardo Viana/Lancepress
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Treino do Corinthians no Parque São Jorge, atua estádio do clube que cobiça terreno que está com valor superior ao de mercado
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Três terrenos às margens do
rio Tietê há anos parados sem
utilização nas mãos de seus
proprietários, de repente, tornaram-se um espantoso caso
de valorização imobiliária.
O valor de venda estipulado
ao consócio Egesa/Seebla, proponente do projeto para a arena corintiana, já superou os R$
100 milhões. O preço está sobrevalorizado na opinião de especialistas em avaliação imobiliária ouvidos pela Folha. E já
causa entraves no andamento
do projeto de construção.
Na última vez que as áreas
que compõem o local desejado
para a construção do sonhado
estádio do Corinthians mudaram de mãos, o valor registrado
dos negócios, somados, foi de
R$ 6,7 milhões. É o que indicam suas matrículas, às quais a
Folha teve acesso, registradas
no 17º Oficial de Registros de
Imóveis da cidade.
A área total do terreno, por
sua localização -marginal Tietê, sentido Penha-Lapa, próximo à ponte do Tatuapé- e tamanho (93.750 m2), vale no
máximo R$ 65 milhões, de
acordo com avaliadores do
mercado imobiliário. Isso já levados em conta a inflação e a
valorização de mercado no período desde a última troca de
proprietários (cinco anos no
caso de um dos terrenos e oito
anos no outro) até hoje.
"Não tenha dúvida de que é
uma valorização muitíssimo
maior que a inflação. Astronômica", avalia Celso Amaral, um
dos donos da Amaral D'Avila
Engenharia de Avaliação.
O alto valor pedido pelos donos do terreno (cerca de R$
1.200 por metro quadrado) tem
feito a Egesa procurar outros
imóveis como alternativa, apesar da preferência pelo local
originalmente escolhido.
Duas alternativas já foram
apresentadas. A primeira é um
terreno também na Marginal
Tietê, que pertence à empresa
Nadir Figueiredo. Mas o valor
também foi considerado caro
(R$ 1.000 por m2).
A terceira opção seria um
imóvel na avenida Assis Ribeiro, próximo à USP Leste. O preço está dentro do que o consórcio acha razoável pagar (R$
200 por m2), mas é considerado
muito afastado do centro e de
difícil acesso.
Os três terrenos que compõem a área pretendida para a
construção do estádio corintiano estão divididos entre dois
proprietários.
O advogado Jorge Yunes é
dono de dois deles. Adquiriu-os
em 2000, pagando R$ 770 mil
em um e R$ 2,23 milhões no
outro, da massa falida de uma
empresa de transportes, a Dom
Vital Ultra Rápido Ltda, que
ainda detém o terceiro imóvel,
mas só porque não conseguiu
vendê-lo apesar de ter tentado
em 2003, por R$ 3,7 milhões.
O negócio foi desfeito por
problemas de documentação
apontados como "óbices registrários", conforme descrito em
sua matrícula de registro.
A demora em efetuar a compra do terreno para o estádio
parece não preocupar o clube.
"Não é o Corinthians que vai
comprar o terreno. A única coisa que eu exijo é que, em 24 horas ou no máximo em 48 horas,
ele seja passado para o nome
do clube", disse o presidente
corintiano, Andres Sanchez.
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