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Time e maiô turbinam Austrália
Equipe de natação do país bate oito recordes na seletiva para Pequim e impressiona ídolo do país
Vestidos com novo traje
high-tech, nadadores viram
Eamon Sullivan melhorar
o tempo dos 50 m livre
duas vezes em dois dias
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Oito recordes mundiais, 14
melhores marcas da Comunidade Britânica, três feitos nacionais e uma promissora campanha em Pequim. Esse foi o
saldo da seletiva da natação
australiana para a Olimpíada.
As performances na piscina
do Centro Aquático de Sydney
foram tão avassaladores que
impressionaram até um veterano recordista e ídolo dos nadadores que o acompanharão na
busca por medalhas na China.
"Nunca vi uma seletiva assim. Este é meu 12º ano, já vi
grandes apresentações no passado, mas ver desempenhos tão
bons vindos de tantas pessoas
diferentes é incrível", afirmou
Grant Hackett, 27 anos, três
ouros olímpicos e recordista
mundial dos 1.500 m.
Não é de hoje que a Austrália
é uma potência das piscinas.
Foi programada para isso. E parece ter atingido a maioridade.
"Eu nado há muito tempo e é
realmente maravilhoso ver essas quebras de recordes. Mas,
se um recorde é quebrado, você
não deve notar só quem o fez e
sim quem está perto desse estágio. E nessa competição não foram só o recordes fenomenais.
As performances foram emblemáticas", disse Hackett.
O sucesso na seletiva é fruto
do fracasso de 1976, quando os
australianos voltaram sem medalhas de ouro de Montreal.
Para retornarem ao topo do
pódio, decidiram investir. Em
1981, foi inaugurado o Instituto
do Esporte de Canberra. A Austrália se recuperou e foi além.
Após algumas performances
não muito marcantes, nos Jogos de Sydney-2000, em casa,
ficou em quarto lugar no quadro geral, 58 medalhas, 16 de
ouro, cinco delas nas piscinas.
A natação, escolhida como
uma das prioridades do investimento do governo, foi um dos
carros-chefes. Ian Thorpe,
maior nadador do país, aposentado, conquistou três ouros.
Em Atenas-2004, a natação
rendeu sete dos 17 ouros que o
país conquistou para chegar
novamente à quarta colocação.
Para a Olimpíada na China,
os principais destaques da Austrália devem sair das provas
curtas. Pelo menos é isso que
mostra a remodelada tabela de
recordes mundiais.
Eamon Sullivan, 22, quebrou
a melhor marca dos 50 m livre
três vezes em menos de dois
meses. Aparece agora com impressionantes 21s28. Emily
Seebohm, 15, cravou 27s95 nos
50 m borboleta, superados em
seguida pelos 27s67 de Sophie
Edington, 23. Lisbeth Trickett
(Lenton antes de se casar), 23, é
a mais veloz nos 100 m livre,
com 52s88, e nos 50 m livre,
23s97. A exceção é Stephanie
Rice, 19, dona dos recordes dos
200 m medley e 400 m medley
(2min08s92 e 4min31s46).
"A coisa mais importante é
fazer a equipe ficar no top 2, e
eu só queria ter certeza de que
estarei lá", afirmou Sullivan.
Os principais rivais da Austrália na China serão os EUA,
que ainda não fizeram seletiva.
A profusão de recordes em
Sydney mostrou evolução dos
nadadores e levantou suspeitas
sobre o novo traje LZR Racer,
que promete menos atrito com
a água e estava em 17 dos 18 recordes quebrados no ano.
A Speedo, que confecciona a
roupa, patrocina a Austrália.
O maiô ainda não está à disposição para todos no mercado
-custa cerca de US$ 800. Algumas federações e atletas que
têm contrato com a empresa já
receberam as peças.
Como nem todos têm acesso
ao traje, o torneio universitário
dos EUA e a seletiva olímpica
do Canadá vetaram seu uso.
A federação internacional
promete reunião com o fabricante para discutir a disponibilidade do maiô e o material usado em sua confecção.
Com agências internacionais
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