São Paulo, domingo, 30 de março de 2008

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Time e maiô turbinam Austrália

Equipe de natação do país bate oito recordes na seletiva para Pequim e impressiona ídolo do país

Vestidos com novo traje high-tech, nadadores viram Eamon Sullivan melhorar o tempo dos 50 m livre duas vezes em dois dias

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Oito recordes mundiais, 14 melhores marcas da Comunidade Britânica, três feitos nacionais e uma promissora campanha em Pequim. Esse foi o saldo da seletiva da natação australiana para a Olimpíada.
As performances na piscina do Centro Aquático de Sydney foram tão avassaladores que impressionaram até um veterano recordista e ídolo dos nadadores que o acompanharão na busca por medalhas na China.
"Nunca vi uma seletiva assim. Este é meu 12º ano, já vi grandes apresentações no passado, mas ver desempenhos tão bons vindos de tantas pessoas diferentes é incrível", afirmou Grant Hackett, 27 anos, três ouros olímpicos e recordista mundial dos 1.500 m.
Não é de hoje que a Austrália é uma potência das piscinas. Foi programada para isso. E parece ter atingido a maioridade.
"Eu nado há muito tempo e é realmente maravilhoso ver essas quebras de recordes. Mas, se um recorde é quebrado, você não deve notar só quem o fez e sim quem está perto desse estágio. E nessa competição não foram só o recordes fenomenais. As performances foram emblemáticas", disse Hackett.
O sucesso na seletiva é fruto do fracasso de 1976, quando os australianos voltaram sem medalhas de ouro de Montreal.
Para retornarem ao topo do pódio, decidiram investir. Em 1981, foi inaugurado o Instituto do Esporte de Canberra. A Austrália se recuperou e foi além.
Após algumas performances não muito marcantes, nos Jogos de Sydney-2000, em casa, ficou em quarto lugar no quadro geral, 58 medalhas, 16 de ouro, cinco delas nas piscinas.
A natação, escolhida como uma das prioridades do investimento do governo, foi um dos carros-chefes. Ian Thorpe, maior nadador do país, aposentado, conquistou três ouros.
Em Atenas-2004, a natação rendeu sete dos 17 ouros que o país conquistou para chegar novamente à quarta colocação.
Para a Olimpíada na China, os principais destaques da Austrália devem sair das provas curtas. Pelo menos é isso que mostra a remodelada tabela de recordes mundiais.
Eamon Sullivan, 22, quebrou a melhor marca dos 50 m livre três vezes em menos de dois meses. Aparece agora com impressionantes 21s28. Emily Seebohm, 15, cravou 27s95 nos 50 m borboleta, superados em seguida pelos 27s67 de Sophie Edington, 23. Lisbeth Trickett (Lenton antes de se casar), 23, é a mais veloz nos 100 m livre, com 52s88, e nos 50 m livre, 23s97. A exceção é Stephanie Rice, 19, dona dos recordes dos 200 m medley e 400 m medley (2min08s92 e 4min31s46).
"A coisa mais importante é fazer a equipe ficar no top 2, e eu só queria ter certeza de que estarei lá", afirmou Sullivan.
Os principais rivais da Austrália na China serão os EUA, que ainda não fizeram seletiva.
A profusão de recordes em Sydney mostrou evolução dos nadadores e levantou suspeitas sobre o novo traje LZR Racer, que promete menos atrito com a água e estava em 17 dos 18 recordes quebrados no ano.
A Speedo, que confecciona a roupa, patrocina a Austrália.
O maiô ainda não está à disposição para todos no mercado -custa cerca de US$ 800. Algumas federações e atletas que têm contrato com a empresa já receberam as peças.
Como nem todos têm acesso ao traje, o torneio universitário dos EUA e a seletiva olímpica do Canadá vetaram seu uso.
A federação internacional promete reunião com o fabricante para discutir a disponibilidade do maiô e o material usado em sua confecção.


Com agências internacionais


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