São Paulo, segunda-feira, 30 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dunga usa resultado para maquiar massacre

Treinador compara empate com duas derrotas anteriores do Brasil em Quito

Técnico aponta "bom jogo" de Ronaldinho e exalta trabalho de "defesa sólida", apesar das 27 finalizações do Equador na partida

DO ENVIADO A QUITO

Para Dunga, definitivamente, o que vale é ganhar pontos.
O treinador da seleção, apesar dos números que atestam o massacre imposto pelo Equador no jogo de ontem, preferiu comparar o resultado com o das duas vezes anteriores em que o time nacional jogou em Quito pelas eliminatórias -em ambos perdeu por 1 a 0.
"Vocês [jornalistas] sabem do nosso retrospecto. Nas últimas duas vezes, perdermos. Hoje [ontem], empatamos, então o resultado foi bom", disse o treinador na saída do estádio.
O Datafolha mostra que o jogo de ontem vai entrar para a história como um dos maiores massacres já sofridos pela seleção cinco vezes campeã mundial. O Equador goleou os visitantes em todos os fundamentos. O mais claro deles foi o número de finalizações. Foram 27 conclusões dos equatorianos, contra apenas 11 dos brasileiros. Júlio César fez dez defesas, enquanto o equatoriano Cevallos, somente quatro.
Para tentar atenuar a pressão que os donos da casa conseguiram manter durante toda a partida, os comandados de Dunga ainda abusaram das faltas. Foram 19 cometidas e 11 sofridas.
E mais uma vez o time não conseguiu trocar os passes, como seu treinador desejava.
Foram apenas 263 trocas de bola, ou praticamente a metade do que a seleção brasileira consegue em amistosos contra equipes europeias.
Isso, ainda, com um índice de acerto sofrível -75%, o que deixaria a seleção nas últimas colocações no fundamento do atual Campeonato Brasileiro.
Ronaldinho, que deixou o estádio sem dar entrevistas, foi um dos mais apagados. Ele não fez uma assistência sequer e só finalizou uma vez, de forma errada. No seu caso, Dunga novamente viu brilho.
"Ele foi bem. Mas é claro que falta ritmo, no Milan ele só joga 15, 20 minutos", comentou o treinador do Brasil.
Mas Dunga foi mais exagerado nos elogios à sua defesa. "Mostramos que temos uma defesa sólida. É muito difícil jogar na altitude, quando a bola fica mais leve. Eles [equatorianos] também são bons nos cruzamentos, e conseguimos parar bem essa jogada", declarou Dunga, que deve fazer duas substituições para o jogo de quarta-feira, contra o Peru.
O lateral Maicon saiu carregado do vestiário e está praticamente descartado. A outra dúvida está em Kaká, que passou os últimos dois dias treinando na capital gaúcha tentando a recuperação da lesão que tem no pé esquerdo. Se recuperado, ele deve entrar na vaga de Ronaldinho. (PAULO COBOS)


Texto Anterior: Corinthians: Mano diminui importância de vantagem
Próximo Texto: Prancheta do PVC
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.