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Dunga usa resultado para maquiar massacre
Treinador compara empate com duas derrotas anteriores do Brasil em Quito
Técnico aponta "bom jogo" de Ronaldinho e exalta trabalho de "defesa sólida", apesar das 27 finalizações do Equador na partida
DO ENVIADO A QUITO
Para Dunga, definitivamente, o que vale é ganhar pontos.
O treinador da seleção, apesar dos números que atestam o
massacre imposto pelo Equador no jogo de ontem, preferiu
comparar o resultado com o
das duas vezes anteriores em
que o time nacional jogou em
Quito pelas eliminatórias -em
ambos perdeu por 1 a 0.
"Vocês [jornalistas] sabem
do nosso retrospecto. Nas últimas duas vezes, perdermos.
Hoje [ontem], empatamos, então o resultado foi bom", disse o
treinador na saída do estádio.
O Datafolha mostra que o jogo de ontem vai entrar para a
história como um dos maiores
massacres já sofridos pela seleção cinco vezes campeã mundial. O Equador goleou os visitantes em todos os fundamentos. O mais claro deles foi o número de finalizações. Foram 27
conclusões dos equatorianos,
contra apenas 11 dos brasileiros. Júlio César fez dez defesas,
enquanto o equatoriano Cevallos, somente quatro.
Para tentar atenuar a pressão
que os donos da casa conseguiram manter durante toda a partida, os comandados de Dunga
ainda abusaram das faltas. Foram 19 cometidas e 11 sofridas.
E mais uma vez o time não
conseguiu trocar os passes, como seu treinador desejava.
Foram apenas 263 trocas de
bola, ou praticamente a metade
do que a seleção brasileira consegue em amistosos contra
equipes europeias.
Isso, ainda, com um índice de
acerto sofrível -75%, o que deixaria a seleção nas últimas colocações no fundamento do
atual Campeonato Brasileiro.
Ronaldinho, que deixou o estádio sem dar entrevistas, foi
um dos mais apagados. Ele não
fez uma assistência sequer e só
finalizou uma vez, de forma errada. No seu caso, Dunga novamente viu brilho.
"Ele foi bem. Mas é claro que
falta ritmo, no Milan ele só joga
15, 20 minutos", comentou o
treinador do Brasil.
Mas Dunga foi mais exagerado nos elogios à sua defesa.
"Mostramos que temos uma
defesa sólida. É muito difícil jogar na altitude, quando a bola
fica mais leve. Eles [equatorianos] também são bons nos cruzamentos, e conseguimos parar
bem essa jogada", declarou
Dunga, que deve fazer duas
substituições para o jogo de
quarta-feira, contra o Peru.
O lateral Maicon saiu carregado do vestiário e está praticamente descartado. A outra dúvida está em Kaká, que passou
os últimos dois dias treinando
na capital gaúcha tentando a
recuperação da lesão que tem
no pé esquerdo. Se recuperado,
ele deve entrar na vaga de Ronaldinho.
(PAULO COBOS)
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