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PINGUE-PONGUE
Barrichello não lembra do último papo com ídolo
DA REPORTAGEM LOCAL
Coube a Rubens Barrichel-lo inaugurar o centro médico de Imola no final de semana de 94. A batida, a mais
violenta de sua carreira,
completou ontem dez anos.
Na sexta-feira, 29 de abril,
o Jordan do brasileiro decolou na zebra da Variante Baixa a 220 km/h. O acidente teve como conseqüência o nariz quebrado, um braço ralado e uma costela trincada.
No centro médico, grogue,
ele recebeu a visita de Ayrton Senna, seu grande ídolo.
Foi a última vez que se viram. Passados dez anos, Barrichello revela: não se lembra daquele encontro.
(FSX)
Folha - O Senna te visitou
naquele dia no centro médico. Como foi a conversa?
Rubens Barrichello - Olha...
Ainda hoje não lembro daquele ambulatório, não lembro de tê-lo visto. E todo esforço que eu tento fazer, para mim é fantasia. Como sei
que ele esteve lá, fico tentando lembrar, mas a imagem
não vem na minha cabeça.
Folha - Você se sentiu obrigado a substituí-lo?
Barrichello - Houve o peso.
E não foi culpa do Ayrton ou
do povo brasileiro. Eu tenho
que assumir o erro de ter me
comprometido... Nunca tinha ido a um velório, foi algo
que me marcou. E eu, Rubens Barrichello, saí de lá
comprometido. Não queria
tomar o lugar de ninguém.
Só queria dar ao público
aquilo que eu sentia quando
era torcedor. Mas soou a
promessa. E soando a promessa, virou uma pressão.
Folha - Você cogitou parar?
Barrichello - Você se faz
perguntas, claro. Mas eu tinha 21 anos, minha paixão
pela velocidade era maior do
que tudo. Se eu tivesse que ir
como ele foi, não iria doer.
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