São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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COPA 2006

Sob comando do jovem Van Basten, time descobre novos talentos, despreza ídolos e consegue ótimos resultados

Holanda faz da renovação sua revolução

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Babel, 19, Emanuelson, 19, Maduro, 21, Sneijder, 21, Vlaar, 21, Huntelaar, 22, Castelen, 23, Van der Vaart, 23... Se você não quer ser surpreendido pela Holanda, melhor se familiarizar logo com esses jovens atletas. O novo é a maior arma da seleção que entrou para a história por revolucionar o futebol com várias novidades.
Começando pelo técnico Marco van Basten, de 41 anos -o menos idoso dos treinadores da Copa.
O ex-atacante assumiu a seleção laranja praticamente sem nenhuma experiência à frente de um time principal. E a federação holandesa colocou no seu contrato cláusula que obriga o time a praticar um futebol vistoso.
Davids, Kluivert, Hasselbaink, Makaay, Seedorf, Stam, Van Hooijdonk, sem falar nos irmãos De Boer. Quase duas boas gerações foram ""esquecidas" nas convocações do ex-craque do Milan.
Desses nomes todos, apenas o primeiro figura em uma lista de 33 pré-convocados para o Mundial por Van Basten. O volante que foi destaque na Copa-98, última participação laranja em Mundiais (quarto lugar), até faz boa temporada no Inglês com o surpreendente Tottenham, mas hoje usa mais pegada do que técnica.
A média de idade do time titular da Holanda (um mistério em algumas posições) na Copa seria de 28 anos, mas só tende a cair. O Brasil tenta o hexa com média de idade do time titular de 29 anos.
Nas eliminatórias do Mundial, as experiências de Van Basten deram resultado mesmo em uma chave forte, que tinha República Tcheca e Romênia. A equipe saiu invicta. O treinador, um dos melhores atacantes de todos os tempos, só foi perder sua primeira partida à frente do time após 16 compromissos -caiu em amistoso diante da Itália por 3 a 1.
Taticamente, a Holanda continua apostando em jogadores abertos pelas pontas no campo ofensivo. Desta vez, no entanto, há um atleta que tem feito alguma "revoluções" no time do Chelsea: Robben, de 22 anos. Habilidoso e driblador, é um ótimo parceiro para o artilheiro Van Nistelrooy, que experimentou a reserva no final desta temporada no Manchester United mas prossegue como referência de sua seleção.
Sobram boas opções ofensivas para a Holanda, como gostam os torcedores holandeses, prontos para invadir a Alemanha com capacetes nazistas na cor laranja, provocação aos rivais alemães.
Em território alemão, a Holanda conseguiu suas maiores façanhas. Depois de encantar o mundo em 1974 com o Carrossel Holandês, a equipe laranja conquistou o título da Eurocopa em 1998.
Esta será a primeira Copa da Holanda após a morte de Rinus Michels, o "mentor do futebol holandês", "pai do futebol total".
A equipe, que poderá cruzar com o Brasil nas semifinais, caiu no Grupo da Morte, que tem a sempre bem cotada Argentina, a forte Sérvia e Montenegro e a candidata a surpresa Costa do Marfim, segunda seleção laranja a jogar uma Copa do Mundo.


O jornalista Rodrigo Bueno viajou a convite da Nike

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