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Após revés, Popó quer novo título
Brasileiro, que perdeu anteontem unificação dos leves para Juan Diaz, almeja cinturão do CMB
Lutador elogia rival que o
derrotou, descarta deixar os
ringues agora e busca no
mínimo uma eliminatória
para tentar cinturão mundial
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET
Acelino Freitas, 31, o Popó,
afirmou que quer disputar novo título ou pelo menos uma
eliminatória por um cinturão.
Anteontem, o pugilista brasileiro perdeu unificação pelos
títulos dos leves da AMB e
OMB para Juan Diaz (EUA) ao
não voltar para o nono assalto.
"Ainda estou animado. Pretendo ser campeão de novo. Se
for luta eliminatória, a meta é
pegar um campeão depois. Não
tenho vontade de ficar fazendo
lutas comuns", disse ele.
"Vou falar com o [promotor
de lutas, Arthur] Pelullo para
ver se surge oferta, se dá para
chegar a acordo. Ainda quero o
cinturão do CMB [Conselho
Mundial de Boxe]", completou.
Seu empresário foi sintético:
"Acho que consigo uma eliminatória. Agora todos devem
achar que ele é vulnerável".
O brasileiro reafirmou não
estar pronto para a aposentadoria e criticou a falta de uma
política esportiva, além de defender os aposentados.
"Para quê, para receber essa
porcaria que o Brasil dá de aposentadoria? Tá doido? Deveria
haver plano [de aposentadoria]
para atletas. Tem muitos morando debaixo de ringues ou
dependendo das famílias."
Na entrevista coletiva, Popó
elogiou Diaz. "É um prazer passar a tocha para o Diaz. Que ele
seja um grande campeão", disse, para logo brincar com o rival. "Eu não sei se o Diaz é casado. Mas vou preparar meu filho
para enfrentar o seu."
Depois, completou sobre o
adversário: "David Diaz [campeão do CMB] e Erik Morales,
que se enfrentarão em breve,
não conseguem vencer o Juan".
Os quatro primeiros assaltos
do combate, no cassino Foxwoods, foram equilibrados,
com Diaz caminhando para a
frente e o brasileiro usando
contragolpes. O americano começou a dominar a partir do
quinto assalto. Houve trocas
francas de golpes, com Popó levando a pior, em especial quando encostado nas cordas.
A cada assalto, o número de
golpes de Popó, cuja guarda ficava baixa, diminuía. Nos quatro últimos deles, Diaz acertou
125 golpes, contra 56 do brasileiro. "Eram 12 assaltos", analisou Popó, sobre a inatividade.
Após ser castigado no oitavo
assalto, Popó não voltou para o
nono. " Não pude deixar este jovem ser castigado. A decisão de
parar a luta foi minha", justificou Oscar Suarez, um dos técnicos do lutador baiano.
Popó filosofou ao justificar a
derrota: "Ele foi melhor que eu.
Se tem vencedor, tem que ter
perdedor. Esta noite fui eu".
Ao ser questionado sobre um
motivo mais prático para a derrota, Popó revelou detalhes.
"Ele não tinha pegada. Mas o
que é estranho é que não sei como me acertava. Via quando ele
disparava os jabs [golpe preparatório de esquerda], mas não
conseguia me desvencilhar."
"Ele estava muito fechado
para meus diretos de direita e
cruzados de direita", argumentou Popó, que diz ter gasto cerca de US$ 20 mil com as semanas de treino em Porto Rico.
No momento da interrupção
da luta pelo juiz Michael Ortega, Diaz liderava nas papeletas
(77 a 75, 79 a 73 e 76 a 75).
O jornalista EDUARDO OHATA viajou a
convite da Banner Promotions
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