São Paulo, segunda-feira, 30 de abril de 2007

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Após revés, Popó quer novo título

Brasileiro, que perdeu anteontem unificação dos leves para Juan Diaz, almeja cinturão do CMB

Lutador elogia rival que o derrotou, descarta deixar os ringues agora e busca no mínimo uma eliminatória para tentar cinturão mundial


EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A MASHANTUCKET

Acelino Freitas, 31, o Popó, afirmou que quer disputar novo título ou pelo menos uma eliminatória por um cinturão. Anteontem, o pugilista brasileiro perdeu unificação pelos títulos dos leves da AMB e OMB para Juan Diaz (EUA) ao não voltar para o nono assalto. "Ainda estou animado. Pretendo ser campeão de novo. Se for luta eliminatória, a meta é pegar um campeão depois. Não tenho vontade de ficar fazendo lutas comuns", disse ele.
"Vou falar com o [promotor de lutas, Arthur] Pelullo para ver se surge oferta, se dá para chegar a acordo. Ainda quero o cinturão do CMB [Conselho Mundial de Boxe]", completou. Seu empresário foi sintético: "Acho que consigo uma eliminatória. Agora todos devem achar que ele é vulnerável".
O brasileiro reafirmou não estar pronto para a aposentadoria e criticou a falta de uma política esportiva, além de defender os aposentados. "Para quê, para receber essa porcaria que o Brasil dá de aposentadoria? Tá doido? Deveria haver plano [de aposentadoria] para atletas. Tem muitos morando debaixo de ringues ou dependendo das famílias." Na entrevista coletiva, Popó elogiou Diaz. "É um prazer passar a tocha para o Diaz. Que ele seja um grande campeão", disse, para logo brincar com o rival. "Eu não sei se o Diaz é casado. Mas vou preparar meu filho para enfrentar o seu." Depois, completou sobre o adversário: "David Diaz [campeão do CMB] e Erik Morales, que se enfrentarão em breve, não conseguem vencer o Juan".
Os quatro primeiros assaltos do combate, no cassino Foxwoods, foram equilibrados, com Diaz caminhando para a frente e o brasileiro usando contragolpes. O americano começou a dominar a partir do quinto assalto. Houve trocas francas de golpes, com Popó levando a pior, em especial quando encostado nas cordas. A cada assalto, o número de golpes de Popó, cuja guarda ficava baixa, diminuía. Nos quatro últimos deles, Diaz acertou 125 golpes, contra 56 do brasileiro. "Eram 12 assaltos", analisou Popó, sobre a inatividade. Após ser castigado no oitavo assalto, Popó não voltou para o nono. " Não pude deixar este jovem ser castigado. A decisão de parar a luta foi minha", justificou Oscar Suarez, um dos técnicos do lutador baiano. Popó filosofou ao justificar a derrota: "Ele foi melhor que eu.
Se tem vencedor, tem que ter perdedor. Esta noite fui eu". Ao ser questionado sobre um motivo mais prático para a derrota, Popó revelou detalhes. "Ele não tinha pegada. Mas o que é estranho é que não sei como me acertava. Via quando ele disparava os jabs [golpe preparatório de esquerda], mas não conseguia me desvencilhar." "Ele estava muito fechado para meus diretos de direita e cruzados de direita", argumentou Popó, que diz ter gasto cerca de US$ 20 mil com as semanas de treino em Porto Rico. No momento da interrupção da luta pelo juiz Michael Ortega, Diaz liderava nas papeletas (77 a 75, 79 a 73 e 76 a 75).


O jornalista EDUARDO OHATA viajou a convite da Banner Promotions


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