São Paulo, quinta-feira, 30 de abril de 2009

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FUTEBOL

O melhor do Brasil na Europa?


As semifinais da Copa dos Campeões colocam um outro tipo de craque brasileiro em evidência: o não-craque


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

TERMINADOS os jogos de ida das semifinais da Copa dos Campeões, imagino uma certa frustração geral pelos placares baixos. Nada de 4 a 4, nada de golaços, de show, arte, só algo de Messi.
Mas imagino talvez uma frustração maior dos ufanistas com o pouco de Brasil nessa fase aguda do principal interclubes europeu. O Barcelona tão elogiado usou o veloz ala-direito Daniel Alves (cuja técnica nunca impressionou) e deixou o já veterano (e não tão bom) ala-esquerdo Sylvinho no banco. O Chelsea contou com a força do zagueiro Alex desde o início e com a (não estou encontrando a melhor palavra) competência do volante/lateral Belletti no final do confronto. O meia luso-brasileiro Deco não faz mais falta, pouco tem sido usado por Guus Hiddink, e Mineiro está curtindo um pouco mais a Europa (já teve tempo livre para conhecer bem Londres).
Ontem, na hora mais aguda, os meninos brasileiros Rafael, Fábio, Denílson e Rodrigo Possebon ficaram como torcedores. Eduardo da Silva, um croata tupiniquim, entrou e correu um pouco no final, mas nem o titular Anderson (ontem) teve protagonismo no Manchester. Tudo isso quer dizer o quê? Que os brasileiros estão em baixa na Europa? Talvez. Que não temos craques de verdade hoje na elite europeia?
Mais ou menos. Que os europeus valorizam hoje mais outro tipo de jogador brasileiro, mais defensores e volantes? Sem dúvida, embora sonhem, claro, como nós, com os Ronaldos e Adrianos em grande forma. A temporada não foi feliz para Kaká, Ronaldinho, Robinho e para a nata da seleção de Dunga. E são poucos os conterrâneos que podem de fato festejar a Copa dos Campeões. Luiz Felipe Scolari caiu, rodou. E não estranhe se o seu sucessor (melhor que ele, está cada vez mais claro) acabar com o título continental. Dos nascidos no Brasil que sobraram na nobre liga, um joga por Portugal, um pela Croácia e um é agora da Azzurra sub-20. A seleção só tem dado vez a Daniel Alves, para a reserva, e a Anderson, de vez em quando. Falta pouco mais de um ano para a Copa. Onde estão ""nossos" craques?

BETÃO
""Se você comparar com a Europa, ouvi coisas e barbaridades no Brasil que não escutei ainda aqui. Essa coisa de racismo é muito relativo", afirmou o esclarecido e legal zagueiro do Dínamo de Kiev à coluna. Ele é um dos atletas ""brazucas" alternativos ainda na Copa da Uefa.

IMPERADOR
Se o Adriano não ficar feliz no Flamengo, aí será mesmo o fim (pelo menos do discurso singular dele).

FENÔMENO
Pode ser só uma impressão por ter ido muito a estádios neste Paulista, mas Ronaldo já é, na prática, o melhor jogador que vi no Corinthians.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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