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INGLATERRA
Com astro, equipe usa jogo aéreo que a consagrou
Beckham volta e faz "chover"
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA
A principal arma da seleção da
Inglaterra está de volta.
Beckham, o meia inglês que se
tornou especialista na principal
jogada do futebol de seu país, está
recuperado de uma fratura no pé
esquerdo e vai participar da estréia de sua sua equipe na Copa-2002, no domingo, contra a Suécia, em Saitama, no Japão.
Seu retorno gerou grandes festejos na seleção inglesa e em todo
o seu país, especialmente pela sua
capacidade de lançar a bola à área
com perfeição e de bater faltas.
O ""chuveirinho", velha característica do futebol inglês, chega assim à primeira Copa do século 21
em sua melhor versão.
""Temos muitas opções, é claro,
porém nós não temos um outro
Beckham", afirmou o técnico do
English Team, o sueco Sven-Goran Eriksson, que confirmou a escalação do badalado ídolo do
Manchester United.
Beckham, 27, está treinando
normalmente desde anteontem.
Ontem, o meia participou normalmente de todas as atividades
da seleção inglesa. Com sua entrada em campo, a ordem do time
passou a ser assumidamente as
jogadas de bola parada.
""Agora, nós podemos treinar
sem problemas. Até sábado [dia
do último treino da Inglaterra
antes da estréia", conversaremos
bastante sobre faltas e escanteios.
Isso ajuda bastante uma equipe",
disse Eriksson, que terá de enfrentar a seleção de seu país.
Beckham atua pelo setor direito
no meio-de-campo. Seus cruzamentos são a principal opção
ofensiva do Manchester United.
Na seleção inglesa, joga da mesma
maneira e tem salvo o time na bola parada -fez o gol da classificação à Copa da Coréia e do Japão
em cobrança de falta contra a Grécia e, em 1998, marcou dessa forma no Mundial da França, contra
a equipe da Colômbia.
Entre 1996 e 1999, a seleção da
Inglaterra foi dirigida por Glenn
Hoddle, técnico que priorizou o
toque de bola. Com jogadores como Ince, Anderton e McManaman no meio, o time reduziu os
cruzamentos. Com o habilidoso
Le Saux na ala esquerda, a equipe
também avançava pela linha de
fundo com qualidade. Isso sem
falar no talentoso Owen, que entrou na frente, mas hoje não tem
os companheiros citados acima.
Com Kevin Keegan, um ex-craque da seleção, e agora com Eriksson no comando técnico, Beckham passou a ser o maior articulador das jogadas ofensivas.
Apesar do temperamento explosivo -foi expulso contra a Argentina em 1998-, o meia virou
líder e xodó do time.
Eriksson orientou os outros
atletas da seleção a não tocar no
pé esquerdo de Beckham nos treinos. Disse que espera que no domingo os suecos não tentem atingir o local da contusão do craque.
Rei
Beckham tem sido tratado como um rei na Inglaterra desde
que sofreu dura entrada do argentino Dusher em jogo da Copa dos
Campeões há sete semanas.
Com sua presença no Mundial-2002 ameaçada, os ingleses fizeram uma programação especial
para o atleta se recuperar. Enquanto o time inglês ficou no calor dos Emirados Árabes Unidos
treinando duro, Beckham recebia
tratamento mais do que vip.
Antes de ir para a disputa da Copa na Ásia, o jogador fez uma festa com sua mulher, Victoria
Adams, ex-integrante das Spice
Girls, para mais de 400 pessoas
-para dar um tom oriental à festa, o casal importou 60 mil flores.
Em Birmingham, ele está sendo
homenageado com o maior outdoor do planeta (seu rosto ficará
em uma tela que tem 25 m de altura) em campanha da Adidas.
Beckham, cujo novo salário seria de aproximadamente US$ 600
mil, é uma peça tão importante no
esquema de marketing da seleção
inglesa quanto nos cruzamentos à
área e nas faltas.
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