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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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FUTEBOL

Em 10 anos, altura média dos titulares da meta no Nacional cresce 4 cm

Goleiro brasileiro cresce, aparece e conquista status

Alessandro Bianchi - 28.mai.03/Reuters
O goleiro Dida, 1,95m, principal destaque do Milan na Copa dos Campeões


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles não param de crescer, transformaram a profissão em terra de gigantes e começam a ter o mesmo prestígio lá fora que os compatriotas de outras posições.
A façanha de Dida, 1,95 m, que defendeu três pênaltis e garantiu o título da Copa dos Campeões para o Milan, anteontem, consagrou ele próprio e também os goleiros brasileiros, que, na estatura, são bem diferentes do passado.
Prova disso acontece no Brasileiro. Em apenas dez anos, a média de altura dos titulares na posição da primeira divisão aumentou quatro centímetros. Em 1993, a estatura média era de 1,84 m. Hoje, passou para 1,88 m.
Na posição não existe mais espaço para "baixinhos". Há dez anos, três equipes, ou 9% do total de participantes da elite, contavam com goleiros que tinham menos de 1,80 m. Agora, o titular mais baixo tem 1,81 m.
Em compensação, o número de gigantes foi multiplicado. No atual Brasileiro, 37% das equipes têm guarda-metas com pelo menos 1,90 m -o recordista é Sílvio Luiz, do São Caetano, com 1,96 m. Na temporada 1993, só 12% dos clubes jogavam com goleiros que mediam pelo menos 1,90 m.
Uma das consequências do aumento na estatura dos defensores das metas brasileiras aparece nas cobranças de pênaltis.
Assim como Dida, outros goleiros do país destacam-se nessa hora, como o palmeirense Marcos, 1,93 m, que, depois do penta, despertou o interesse do Arsenal.
Para os especialistas, existem outras vantagens da boa altura para um goleiro. "Altura traz muitas vantagens. Principalmente com o surgimento de treinos específicos para a posição, que proporcionou aos altos a agilidade, a destreza e a mobilidade que antes eram mais típicas dos baixos", diz Valdir Joaquim de Moraes, "1,75 m e meio", ex-goleiro e um dos mais prestigiados técnicos da posição no país.
Segundo ele, só com muito sacrifício um baixo pode superar hoje a qualidade de um alto.
"Os goleiros altos de alguns anos atrás tinham 1,80 m, 1,82 m. Isso para os dias de hoje é muito pouco. Os baixos têm que compensar com treinos de impulsão e serem precisos no posicionamento", explica Moraes.
Para quem chega perto de Dida na altura, as façanhas do goleiro do Milan devem trazer benefícios para todos os atletas da posição.
"A atuação dele [na final da Copa dos Campeões] foi importante para abrir mercado na Europa para outros goleiros brasileiros", analisa o corintiano Doni, 1,94 m.

Colaboraram Marília Ruiz e Ricardo Perrone, da Reportagem Local


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