São Paulo, domingo, 30 de maio de 2004

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FUTEBOL

Argentina x Brasil

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil será o mandante na quarta, mas a Argentina ainda vem na frente quando o assunto é retrospecto no clássico.
Diferentemente do que parte da mídia tem destacado, o confronto de maior peso do continente não está empatado. Foram 108 jogos entre as duas seleções, com 38 vitórias brasileiras, 30 empates e 40 triunfos argentinos. Saíram na história desse duelo 154 gols do Brasil e 165 gols da Argentina.
Os números são do confiável pesquisador Duílio Martino, que já "melou" algumas celebrações da CBF, no que se refere ao número de jogos de atletas, devido ao descuido com estatísticas da entidade que rege o futebol nacional.
Os dois próximos jogos da seleção brasileira são marcas significativas e redondas. O confronto com a Argentina será o 1.100º da história da equipe, que começou contra o Exeter City (com um time master, o Brasil enfrentará hoje o modesto clube inglês que marcou o início do selecionado mais vitorioso em Mundiais).
Já o duelo com o Chile no próximo domingo, também válido pelas eliminatórias da Copa, será o 450º jogo oficial de competição do Brasil (não entram nesse universo os amistosos, os jogos oficiais restritivos, contra clubes, seleções regionais ou outras coisas do tipo).
Voltando ao clássico mais acirrado da América do Sul, foram realizados 39 jogos entre Brasil e Argentina em território nacional. Em 69 oportunidades, o "pega" ocorreu no exterior, sendo que 35 partidas foram na Argentina.
Se algum lado tivesse que reclamar da arbitragem ao longo dos tempos, seria o lado argentino. A história registra que 18 árbitros brasileiros dirigiram o clássico, contra apenas nove juízes argentinos. Nas contas do engenheiro Duílio, Argentina x Brasil teve 78 árbitros neutros (três homens que apitaram o duelo são desconhecidos, apesar do grande esforço na busca dos mais precisos dados).
Se o Brasil está folgado na frente em número de títulos da Copa, os argentinos têm tranqüila vantagem em conquistas de Copa América, Mundial interclubes e Libertadores, tradicionais disputas que pautam o calendário.
Porém muitos valorizam mais do que tudo o confronto direto. Os argentinos dizem com o maior orgulho que os brasileiros são seus "filhos", seus fregueses. Neste ano, eles terão ainda uma boa chance de conseguir em Atenas a medalha de ouro olímpica que tem sido o objeto do desejo maior da CBF.
O Brasil dá um banho no futsal, é soberano no continente no futebol feminino, no futebol de areia (ainda não abraçado oficialmente pela Fifa), reina nas categorias sub-20 e sub-17 mesmo com a reconhecida força júnior argentina, domina eleições para melhor jogador do mundo, mas, apesar de reduzir a distância nas últimas décadas, ainda não dobrou a Argentina ao longo da história.
Hungria, Noruega e Irã ostentam vantagem no retrospecto contra o Brasil, mas isso parece não incomodar. Contra o maior rival, a seleção brasileira chegou a igualar as coisas recentemente, mas derrotas nas eliminatórias passadas e no Pré-Olímpico penderam de novo a balança. Na quarta-feira, o Brasil é favorito.

Argentina x Argentina
Boca Juniors x River Plate. Esse confronto já aconteceu, nas minhas contas, 21 vezes na Libertadores (nove vitórias do Boca e seis do River). Será a terceira vez que o clássico acontecerá em semifinal.

Argentina x Porto
O jornal "Olé" já estampou que o time português será o rival de Boca ou River no Mundial interclubes. Se for assim, os argentinos, grandes vencedores da disputa intercontinental, devem ser favoritos, pois o Porto já dá adeus a suas estrelas: o técnico José Mourinho e o "craque" Deco. Pela superstição, a final da Libertadores será Boca x São Paulo, com o primeiro vencendo. O River só chega à final em anos terminados em seis, o São Paulo já foi duas vezes vice em anos terminados em quatro, o Boca costuma ser bi, e Bianchi adora o Morumbi.

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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