|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATLETISMO
Maratonista estuda ir à Justiça contra mudança de regra que o deixa de fora do Mundial de Helsinque, em agosto
Brasileiro ganha na rua e perde na caneta
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A definição dos brasileiros que
irão disputar a maratona do
Mundial de Helsinque, em agosto, pode parar nos tribunais.
Tudo porque a Iaaf, entidade
que comanda o atletismo, resolveu alterar as regras no meio do
jogo, prejudicando dois brasileiros que ganharam na rua o direito
de disputar o evento na Finlândia.
Em fevereiro de 2004, William
Amorim venceu a Maratona de
Miami, tendo a escolta de Genilson da Silva no pódio. Os dois fizeram tempo abaixo de 2h18min.
A prova valia para a obtenção
do índice para a Olimpíada. Dez
meses depois, a Iaaf relacionou as
maratonas cujas marcas valiam
para o Mundial. Miami ficou fora.
"É sacanagem. Se falassem antes
que Miami não valia, nem teria
ido lá", lamenta Amorim, 29.
Seu treinador, Henrique Viana,
estuda enviar reclamação formal
à confederação brasileira.
Alexandre Minardi, técnico de
Silva, não fará queixa.
"É um caso passível de recurso à
Corte de Arbitragem do Esporte",
diz Thomaz Mattos de Paiva, especialista em legislação esportiva.
Sem eles, o Brasil irá a Helsinque com Marilson dos Santos,
Vanderlei Cordeiro, Clodoaldo da
Silva, Claudir Rodrigues e André
Luiz Ramos, que deve ficar com a
vaga, mesmo com marca quase
um minuto mais lenta do que a de
Amorim. Rômulo da Silva, lesionado, desistiu de ir ao Mundial.
A Iaaf diz que a exclusão de
Miami se deve ao não cumprimento de suas normas. Para a
prova ser oficial, o percurso deve
ser atestado pelo medidor credenciado pela Iaaf ou pela Aims (Associação Internacional de Maratonas e Corridas de Rua). Em dezembro, a federação instituiu que
só valeriam os tempos de provas
mensuradas por profissionais de
nível A ou B (mais experientes).
"Maratonas como as de Londres, Nova York, Boston, Berlim e
Chicago cumprem o novo critério. Miami, não", afirmou à Folha
Nick Davies, porta-voz da Iaaf.
Hoje, no Brasil, apenas as edições de São Paulo, Rio, Florianópolis e Porto Alegre, que foi disputada ontem, obedecem à regra.
Texto Anterior: Vôlei: Brasil muda, joga mal, mas evita vexame Próximo Texto: Automobilismo: Danica fica sem combustível, e inglês vence Indy 500 Índice
|