SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Funcionários do Maracanã acharam ontem à tarde um depósito clandestino com cerca de 12 mil latas de cervejas dentro do estádio. Ficava na área de manutenção no teto do setor de cadeiras. A carga encheu um caminhão.
O secretário estadual de Esporte, Turismo e Lazer, Eduardo Paes, acredita que as cervejas seriam comercializadas hoje, na final da Copa do Brasil entre Fluminense e Figueirense. Todos os 64 mil ingressos já foram vendidos. O Maracanã é administrado pelo governo do Estado.
""A situação é surreal. Estamos deixando claro para essa mafiazinha que está perto de acabar a festa deles", disse Paes, que assumiu o cargo em janeiro.
Segundo o secretário, ambulantes cadastrados participam do esquema. Ele admitiu que funcionários do Maracanã poderiam estar envolvidos na tentativa de burlar a segurança. Uma empresa terceirizada explora a venda de bebidas no estádio.
Paes disse que carros carregados de bebidas já foram flagrados nas madrugadas que antecedem os jogos abastecendo o esquema. Segundo ele, uma pessoa de dentro do estádio, com ajuda de cordas, transporta os produtos de fora para dentro.
Paes contou que, há cerca de dois meses, um policial foi flagrado dentro do estádio com uma caminhonete cheia de bebidas. Na ocasião, ele foi preso e assassinado dias depois de deixar a delegacia. O nome não foi informado.
""Investigamos esse grupo há três meses e estamos descobrindo como eles operam. É sempre próximo dos dias dos grandes jogos", falou Paes, responsável pela investigação. O secretário acredita que o grupo será preso em breve.
No esquema, os produtos são levados até um dos banheiros femininos da arquibancada. De lá, o grupo usa uma porta instalada no teto do banheiro para guardar as caixas.
Esta não é a primeira cena inusitada vista no Maracanã. Nos anos 90, a antiga administração do estádio "descobriu" que um homem morava dentro do Maracanã havia anos. Ele utilizava um dos vãos da geral para viver. A "casa" tinha até luz e cama.


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