São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 2000


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FUTEBOL
Time de Dino Zoff, mesmo com 10 homens na maior parte do tempo e dois pênaltis contra, vai à final com a França
Na retranca, Itália tira a Holanda da Euro

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Itália, de forma heróica, conseguiu eliminar a Holanda na disputa de pênaltis (3 a 1), após um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, e disputará a final da Eurocopa-2000 no domingo, no estádio De Kuip, em Roterdã, contra a França.
Os holandeses, que dividem a organização do torneio com os belgas, desperdiçaram dois pênaltis no tempo normal -o zagueiro Frank de Boer bateu aos 39min do primeiro tempo o primeiro, que foi defendido pelo goleiro italiano Toldo, e o atacante Kluivert chutou o segundo, aos 18min do segundo tempo, na trave.
Os italianos atuaram com dez jogadores desde os 34min do primeiro tempo, quando Zambrotta recebeu o segundo cartão amarelo e acabou sendo expulso.
O goleiro Toldo foi o grande herói da partida, já que, além de defender um pênalti no tempo normal, agarrou duas cobranças na disputa de penalidades máximas -mais uma do zagueiro Frank de Boer e outra do lateral Bosvelt.
A Itália, que venceu por 3 a 1 na decisão de pênaltis -o atacante Kluivert converteu o único pênalti dos seis que a Holanda bateu em toda a partida-, tenta agora o bicampeonato da Eurocopa.
A seleção italiana foi campeã européia em 1968. A França, que ganhou o torneio em 1984, pode ser bicampeã também e repetir o feito da Alemanha, que, nos anos 70, foi simultaneamente campeã do mundo e da Europa.
Os franceses eliminaram anteontem, na primeira semifinal da Euro-2000, a seleção de Portugal, que vinha sendo uma das ""sensações" do torneio, na ""morte súbita", por 2 a 1, com um gol de pênalti do meia Zinedine Zidane.

Vitória da retranca
A melhor defesa da Europa conseguiu parar o melhor ataque do continente. Os italianos, que sofreram apenas dois gols na Euro-2000 -possuem a defesa menos vazada da competição-, conseguiram brecar os holandeses, que haviam marcado 13 gols em quatro jogos e vinham de uma goleada de 6 a 1 sobre a Iugoslávia.
A ""Azzurra" jogou desde o início de forma cautelosa. Dino Zoff armou sua equipe com quatro zagueiros e quatro meio-campistas de características defensivas. Sacou um de seus dois atacantes para dar lugar a Del Piero, meia-atacante mais talentoso do time.
Nos primeiros minutos de jogo, sob pressão da Holanda, que acertou uma bola na trave com Bergkamp aos 15min do primeiro tempo, os italianos pararam o adversário com muitas faltas.
Assim, quase toda a defesa italiana foi advertida com cartões amarelos. Zambrotta, um dos quatro volantes italianos, recebeu o segundo cartão amarelo após a segunda entrada violenta em Zenden ainda na primeira etapa.
A Itália se fechou ainda mais na defesa. No primeiro tempo, por exemplo, não deu um chute a gol -os holandeses tiveram dez finalizações só na primeira etapa.
No segundo tempo, o técnico Dino Zoff trocou algumas peças, mas manteve sempre apenas um homem na frente -Delvecchio ocupou o lugar de Inzaghi.
Os italianos terminaram o jogo com cinco zagueiros, já que Albertini foi substituído por Pessotto. Os holandeses, por sua vez, trocaram de atacante (Van Vossen entrou no lugar de Zenden) e de meia-atacante (Seedorf substituiu Bergkamp). Nada adiantou.
Os holandeses tiveram a posse de bola durante 65% da partida, mas não conseguiram furar o bloqueio defensivo italiano.
A Euro-2000 terá uma final entre times latinos, que tradicionalmente praticam futebol ofensivo e atraente -a Itália é a grande exceção. O triunfo italiano impediu uma final entre França e Holanda, seleções que foram às semifinais da Copa de 98 e que eram as principais favoritas ao título.
O torneio, apesar do 0 a 0 de ontem, mantém a boa média de 2,7 gols por partida (saíram já 82 gols). Na Eurocopa de 96, a média foi de apenas 2,06 gols por jogo.


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