São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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FINAL/ HOJE

Polêmico esquema 3-5-2 sofreu múltiplas variações ao longo da campanha

Ousadia tática chega à decisão menos ousada

DOS ENVIADOS A YOKOHAMA

Termina hoje em Yokohama, com uma cara bem diferente de seu início, a segunda aventura brasileira com um esquema 3-5-2 numa Copa do Mundo.
Ao contrário do rígido sistema adotado em 1990 por Sebastião Lazaroni, que fracassou rotundamente, Luiz Felipe Scolari fez uma série de adaptações à tática que planejou para a conquista do pentacampeonato mundial, feito que será atingido com uma vitória hoje sobre a Alemanha.
Primeiro, foi a entrada de Juninho e a permanência de apenas um volante nos jogos contra os fracos times adversários da primeira fase. Depois, nos momentos decisivos, manteve três zagueiros, mas deu liberdade para Edmilson deixar a defesa e praticamente atuar como volante.
"Isso aconteceu até por causa dos esquemas dos adversários. Praticamente todos eles jogaram com um atacante só, então um zagueiro acabou jogando como volante", diz Edmilson, o escolhido, por ter mais habilidade, para deixar a zaga e reforçar o meio.
Hoje, com a força da jogada aérea alemã, mais uma mutação na tática da seleção deve acontecer. Para reforçar a zaga contra os "gigantes europeus", o jogador do Lyon vai deixar o meio e novamente formar o trio de zagueiros com Roque Júnior e Lúcio.
"O segredo para afastar o perigo é evitar os cruzamentos dos alemães", afirma o goleiro Marcos sobre a chave para brecar a jogada forte do time europeu.
Com os bons resultados, a polêmica sobre o esquema, assim como a ausência do atacante Romário, foi deixada de lado.
Até o "culpado" pelo uso do 3-5-2 por Scolari, o lateral-direito Cafu, não reclama mais. Segundo o treinador, esse esquema foi adotado principalmente para proteger a equipe das deficiências de marcação do atleta da Roma.
"Sempre marquei e soube marcar. Mas nunca encontrei um treinador que dissesse para eu não passar do meio-campo. Cumpro as determinações dos técnicos. O treinador da Roma pede que eu jogue do meio para frente, o da seleção me pede que eu jogue praticamente do meio-campo para trás", afirma Cafu.
Na última vez que foi campeão mundial, em 1994, o Brasil tinha um esquema rígido, mas diferente do atual. Entusiasta do 4-4-2, o técnico Carlos Alberto Parreira adotou essa fórmula desde o início da preparação para a competição realizada em campos dos Estados Unidos. (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG, PAULO COBOS e SÉRGIO RANGEL)


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